Estive pouco atenta aos noticiários durante as férias.
Fui comprando o ‘Expresso’, que me divertiu, sobretudo, graças às notícias que deram conta da passagem de Marques Mendes pela Madeira de Alberto João Jardim.
Surreal, o relato do episódio em que, no momento em que deixou de avistar Marques Mendes, Jardim se referiu a ele como um ‘sacana’ tão ‘pequenino’ que ‘nem se vê’.
Lindo.
Mas foram as imagens do que aconteceu em Silves no campo de milho transgénico que me chocaram mesmo.
Independentemente das motivações dos ‘activistas’, a praxis da coisa resultou, na minha opinião, muito mal, fazendo com que, aos olhos da generalidade de opinião pública, tivessem, pura e simplesmente, perdido a razão, sendo que saber se a detinham antes é, de si, discutível.
Os argumentos em detrimento da transgenia podem ser até muito válidos, mas aquele grupo de pessoas tornou-se, do meu ponto de vista, num grupo de arruaceiros, sem qualquer respeito pelas leis de um Estado de Direito como Portugal (ainda é, suponho), pela propriedade privada e pelas liberdades individuais.
Isto dito assim já é mau.
Mas as imagens, as imagens é que me fizeram arrepiar, verdadeiramente.
Ver a nossa casa ser invadida por estranhos já será mau, mas vê-los a destruir, de forma primária, como se fossem macacos presos na cadeia da evolução, aquilo que nos pertence, simplesmente porque acham que essa atitude vai, de alguma forma, chamar a atenção para uma causa que defendem, alguns, tenho a certeza absoluta disso, sem sequer saberem muito bem porquê, será certamente horrível.
O Mário Crespo, notoriamente indignado com o que se passou, conduziu de forma brilhante (como é aliás seu apanágio) entrevistas às quais tive oportunidade de assistir, no Jornal das 9, e a este propósito, ao ministro da Agricultura, ao Francisco Louçã e também ao senhor que se identifica como porta-voz do movimento Verde Eufémia.
Porta-voz político, atenção, porque ele não sujou as mãos nas maçarocas.
Diga-se de passagem que o rapaz deve ter saído do estúdio onde decorreu a entrevista a rastejar, porque o Mário Crespo não lhe deu a mínima hipótese. Foi o que se chama um ‘baile’, do início ao fim da entrevista.
O jovem, que lá deve ter as suas aspirações políticas, não estava, certamente, preparado para um ‘mano-a-mano’ com um portento como é o Mário Crespo.
Podia jurar que o ouvi a sair de cena a ganir e com o rabinho entre as pernas.
Contradisse-se de tal forma que a páginas tantas quase senti pena dele.
Mas recompus-me depressa.
Depois do que aconteceu em Silves, falei a respeito com os meus Pais e pedi-lhes que me explicassem, como se eu fosse muito burra, o que pode levar um agricultor a optar pelo cultivo de transgénicos.
Explicaram-me que a principal característica dos transgénicos é serem muitíssimo mais resistentes a pragas e que isso não é de todo novidade, parece que há muitos e muitos anos processos semelhantes são postos em prática nas videiras.
Foram os meus Pais que me explicaram e eu fiquei esclarecida.
Nesta matéria, como em tantas outras, parece que não existem certezas absolutas. Vantagens e inconvenientes do cultivo de transgénicos equilibram-se, ao que parece, nos pratos da balança.
Mas adiante. Não vou entrar por aí. Não quero conceder àquele grupo de pessoas o mérito de terem trazido a debate público a questão da transgenia.
Não quero fazer parte de uma sociedade em que valha a máxima ‘os fins justificam os meios’.
Nem de uma geração que procura fazer valer a razão dos seus argumentos de forma selvagem e violenta.
Nem de uma esquerda que patrocina actos ilegais sob a capa de um alegado simbolismo.
Se a ideia era ter lá as estações de televisão, tivessem ido nus plantar-se no meio de um campo de milho transgénico.
Rabos de activista ao léu. Camera loves it.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
Tás muito activa!!!!
Já pedi para se identificarem quando deixam comentários... é que, dependendendo de quem for, a minha resposta pode variar... :) eu peço mas não me ligam nenhuma e, sobretudo, não me obedecem! :)
Só para contrariar... cá vai mais um...
LOL
Agora advinha quem é.
eu não fui!
LOLOL. Parece-me que nunca vais advinhar...
Muito engraçadinho... Alguém que teve (más) experiências com 'anónimos' no passado devia ter um bocadinho mais de consideração pela amiga... enfim, é assim que se vê... :)
Confesso que fui autor de um dos comentários... mas não fui autor de todos os comentários anónimo.
Por isso, não te queixes só de mim.
Ao Bruno:
E tu ainda duvidas, quando digo que já te conheço! Tótó! LOLOLOL
É injusto, porque houve outros comments anónimos, que não sabes de quem são, e não respingas.
o outro fui eu!!! heheheheh
Agora tens de protestar com o teu/a maigo(a) não comigo.
Bjs.
Enviar um comentário