Mudou-se para a minha rua, há alguns meses, uma mulher jovem com dois filhos pequenos. Vivem no prédio da frente, do outro lado da rua.
Na quinta-feira passada, dia do Pai, estava eu na janela da cozinha a fumar um cigarro depois de jantar (gosto de ficar ali a observar a rua à noite, é tão calma), quando pára, em frente ao tal prédio da frente, um carro, de onde sai um homem.
Dirigiu-se ao prédio, tocou numa campainha. Apercebo-me, entretanto, que as duas crianças, uma menina que deve ter os seus cinco, seis anos, e um rapaz, dois anos, por aí, saem ao seu encontro. Abraçam-se e beijam-se, os miúdos fazem uma festa.
São os filhos da tal vizinha. E ele o Pai, acredito.
O homem entra no prédio e sentam-se os três nos degraus em frente à porta. Na escada do prédio. Ficam ali um bocado e eu fico a observá-los.
Uns minutos apenas, até que o homem sai do prédio, entra no carro e arranca.
Não conheço mais da história daquela família que isto. Mas a cena partiu-me o coração. Duas crianças que o que têm do Pai, no dia que a ele é dedicado, são uns minutos, nas escadas do prédio onde vivem com a Mãe. Um Pai que o que tem dos seus filhos, no dia que a ele é dedicado, são uns minutos, nas escadas do prédio onde vivem com a Mãe.
Comoveu-me ainda mais porque, graças a Deus, sempre tive o meu Pai por perto, nesse dia e em todos os outros. E isso fez-me dar ainda mais valor ao almoço de ontem, em que tive os meus Pais comigo, juntos, como sempre os vi. Houve tempos difíceis, mas juntos, os três, somos imbatíveis. :-)
segunda-feira, 23 de março de 2009
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1 comentário:
Sem dúvida.
Também me sinto assim.
Durante anos a fio sempre soube que eu, Pai e Mãe éramos invencíveis juntos.
E sei que assim continuamos, ainda que com o desaparecimento meramente físico do meu Pai.
Por isso é importante dar valor a quem cresce sem mãe ou sem pai. Ou ainda pior: aqueles que crescem apesar do "pai" ou da "mãe".
Aproveita-os bem. Estima-os.
Se são teus amigos melhor ainda!
Tens todas as condições para vencer.
Há quem chegue igualmente longe sem isso... se o tens, imagina onde podes ir.
Nessa matéria também me sinto um privilegiado. Ainda hoje.
Porque para mim continuamos juntos: os três. Mais fortes do que nunca.
Acredita.
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