Confesso... hoje estou um bocadinho dispersa... Tenho desculpa, parece-me. Quais são as probabilidades de se conjugarem todos os factores que passo a enunciar:
a) sol firme e céu azul
b) ser dia internacional da mulher
c) faltarem duas semanas para o começo da primavera
d) ser quinta-feira, logo, amanhã ser sexta
e) gozarmos todos de boa saúdinha, felizmente
Tudo isto num mesmo dia. É bom.
A quinta-feira traz consigo duas boas revistas, a Visão e a Sábado.
Destaco, da Visão desta semana, a crónica do António Lobo Antunes, maravilhosamente bem escrita (gosto desta expressão. Duvido que seja português correcto, mas enfim, hoje tenho desculpa...).
Não sei se foi de propósito, mas esta semana escreve na primeira pessoa mas na pele de uma mulher. É, na minha interpretação, sobre a forma como os nossos critérios, as nossas exigências e mesmo os nossos padrões (de beleza, por exemplo), se vão alterando, ao longo dos anos ou conforme as circunstâncias.
No que aos homens diz respeito, por exemplo. Naturalmente, aos 15 o aspecto é quase tudo o que conta. Com ligeiras oscilações, porque de vez em quando me encantava por alguém diferente, durante a adolescência, quanto mais bronzeado, mais louro e mais areia nos pés, melhor. Namorar (ou mesmo 'curtir'...) com um surfista estava assim no topo das aspirações, no que ao campo "amoroso" dizia respeito.
Lá pelos 18, os padrões alteraram-se. O look betinho passou a fazer muito mais sucesso. Bem, se fosse surfista e com look betinho, melhor ainda. Desde que não faltassem as camisas aos quadrados, as levi's e os sapatos vela (variações admitidas - vestuário surfístico, mas tudo muito aprumadinho, de preferência já sem areia nos pés).
Agora que penso nisso, acho que este padrão se manteve sem grande mudanças durante muitos anos.
Os meus namorados (e foram só 2, 4 anos para cada 1...) obedeciam a este critério. É natural. Os homens da minha vida corresponderam às minhas necessidades/aspirações do momento.
Numa fase da minha vida em que me apetecia sair à noite e divertir-me, tive um namorado que me acompanhava. Quando ele se cansou das borgas e começou a sufocar-me com os ciúmes, impedindo-me de fazer o que quer que ele não quizesse fazer, separámo-nos.
Como precisava de respirar, tive depois um namorado que deixava tudo nas minhas mãos. Uma espécie de relação dominador/dominado, sendo que eu era a dominadora e ele o dominado.
Respirei tanto que em vez de falta de ar passei a sentir ar a mais.
Foi então que conheci a pessoa que correspondia aos meus anseios do momento. Alguém com quem podia trocar de papéis, dominador/dominado, consoante as circunstâncias. Alguém que me transmitia segurança e me fazia sentir que não teria de ser sempre eu a decidir e a tomar as rédeas de tudo, em todas as circuntâncias.
Quanto aos padrões de beleza, há coisas que com os anos passam a contar mais. Claro que os homens por quem me apaixonei foram sempre bonitos, pelo menos para mim.
E não há um, unzinho sequer, em relação ao qual eu hoje diga "ai meu Deus, como é que eu fui capaz?". Não, nenhum.
Claro que aquilo que um homem deita pela boca fora (ou aquilo que escreve) passa a ter muito mais importância à medida que os anos passam.
Mesmo assim, os meus instintos não me têm enganado e, regra geral, os meus relacionamentos, mesmo os mais longos, partiram de uma atracção à primeira vista. Num dos casos, fui reincidente. A primeira vista repetiu-se duas vezes, depois de uns anos em que andámos desencontrados. E foi bom das duas vezes.
Curiosamente, apesar de ter achado o meu marido um homem extremamente interessante desde a primeira vez que o vi, não simpatizei inicialmente com ele.
Acho que o primeiro homem que me conquistou após muito tempo de convivência foi um colega de faculdade. Não houve faísca, confesso. Foi com o tempo, com o conhecimento, depois e horas e horas de conversas, com as cartas, julgo que as únicas que podem ser verdadeiramente consideradas cartas de amor que alguém alguma vez me escreveu, enviadas pelo correio, à moda antiga mesmo, que me vi completamente envolvida. Com alguém com quem nunca cheguei realmente a envolver-me. As pessoas certas, na altura errada. Lá está.
Bem, considerações dispersas à parte, somethings never change. Não para mim, pelo menos.
E hoje, porque é dia da mulher, permito-me a referência a um homem que, acredito, ter-me-ia interessado aos 15, aos 20, aos 25...
Fidalgo, José Fidalgo. E a nova campanha da Throttleman. BRUTAL!!! LOL
quinta-feira, 8 de março de 2007
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