terça-feira, 12 de junho de 2007

Saudades

Ando cheia delas mas não sei ao certo relativamente a quê.
Acho que se pode dizer que ando melancólica. É uma palavra de que gosto. Soa-me a qualquer coisa.
Não sei se de qualquer coisa que tive, se de qualquer coisa que não cheguei a ter.
Não sei se do passado ou do futuro que é ainda mais improvável que o passado em si mesmo.
Não sei se de mim se de outra pessoa.
Não sei se de um sentimento ou de uma fantasia.
Não sei se de possuir, mesmo, ou daquela sensação de que se possui o que realmente não se tem.
Mas andam a morder-me qualquer coisa cá dentro.
Deve ser o coração. Dizem que temos um cá dentro e que é ele que comanda.
Tenho-as e não me parece sequer que possam ser mortas, como se diz.
Apaziguadas, talvez, mas muito, muito fortuitamente, porque sinto-as a crescer de imediato, mal penso que as eliminei, de vez.
Certo, certo, só mesmo nada.
Ando cheia delas, pronto.
E o pior é que sei que bem me posso ir curar, porque não há sinais de melhoras.

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