Ouvi outro dia uma notícia que me fez urticária. Não a notícia em si, mas a forma como a deram.
Acho que foi na SIC. Relatava-se o caso de uma gaiata de 11 anos, acho que foi 11 que disseram, que engravidou.
Passou-se em Espanha. Parece que os médicos defendem que uma criança daquela idade não está preparada, nem física nem psicologicamente, para ser mãe, mas os pais da miúda ainda não tinham concordado com o aborto.
Agora o que me chocou foi a jornalista dizer que “o culpado” é um rapaz, mais ou menos da mesma idade.
Sim, a jornalista disse “O CULPADO”. Então e “alegado pai”, não teria sido melhor?!?...
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Reflectindo...
No domingo estive em casa. O dia tinha mais uma hora, e ainda bem, porque tinha levado trabalho para fazer em casa.
Passei a manhã e grande parte da tarde sentada em frente ao computador. Com a janela aberta para a rua, passei o dia a ouvir as vozes e as gargalhadas das crianças que brincavam lá em baixo.
Na minha rua, no meu bairro, ao fim-de-semana, e sobretudo ao domingo, as crianças brincam na rua. Quando faz bom tempo, como foi o caso deste fim-de-semana que passou, ouço-as lá fora e é música para os meus ouvidos.
Gosto de viver num sítio onde as crianças brincam na rua ao domingo.
No sábado, em compensação, passei o dia nos ‘alevantes’. Maior o dia, maior a romaria, como tão bem costuma dizer o meu marido.
Entre outras coisas absolutamente fúteis, estive mais de três horas no cabeleireiro (sim, três horas…).
Preparava-se uma menina para me cortar o cabelo quando comecei a seguinte conversa:
“Da última vez que cá estive perguntei por si e disseram-me que estava em formação…”
“Pois estava. E amanhã vou outra vez. Para Barcelona.”
Confesso que tive dificuldade em dissimular o meu espanto.
Apesar de minha muito questionável vocação, naquele momento, naquele preciso momento, senti-me muito tentada a perguntar “então e se eu quiser ser cabeleireira, o que é que tenho de fazer mesmo?...”.
Barcelona. Formação. Ele há bons empregos, fónix…
Passei a manhã e grande parte da tarde sentada em frente ao computador. Com a janela aberta para a rua, passei o dia a ouvir as vozes e as gargalhadas das crianças que brincavam lá em baixo.
Na minha rua, no meu bairro, ao fim-de-semana, e sobretudo ao domingo, as crianças brincam na rua. Quando faz bom tempo, como foi o caso deste fim-de-semana que passou, ouço-as lá fora e é música para os meus ouvidos.
Gosto de viver num sítio onde as crianças brincam na rua ao domingo.
No sábado, em compensação, passei o dia nos ‘alevantes’. Maior o dia, maior a romaria, como tão bem costuma dizer o meu marido.
Entre outras coisas absolutamente fúteis, estive mais de três horas no cabeleireiro (sim, três horas…).
Preparava-se uma menina para me cortar o cabelo quando comecei a seguinte conversa:
“Da última vez que cá estive perguntei por si e disseram-me que estava em formação…”
“Pois estava. E amanhã vou outra vez. Para Barcelona.”
Confesso que tive dificuldade em dissimular o meu espanto.
Apesar de minha muito questionável vocação, naquele momento, naquele preciso momento, senti-me muito tentada a perguntar “então e se eu quiser ser cabeleireira, o que é que tenho de fazer mesmo?...”.
Barcelona. Formação. Ele há bons empregos, fónix…
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Gay pride
Ontem vi uma coisa que não me lembro de ter alguma vez visto em Cascais.
Estava eu dentro do meu carro, cantarolando, à espera que o semáforo virasse a verde, quando me detive num casal que passava.
Chamou-me logo à atenção, porque me pareceu que seria aquilo que realmente era. Tive de focar bem o olhar, porque ambos os elementos do casal tinham cabelo comprido. Não muito comprido, mas comprido.
Constatei, de facto, que se tratava de dois rapazes que andavam pelo passeio de mãos dadas.
Isto, já de si, é um fenómeno. É como digo, não me lembro de alguma vez ter visto, em Cascais, um casal de pessoas do mesmo sexo passeando de mão dada.
Logo de seguida percebi que um dos rapazes foi meu colega de escola. Nunca andámos na mesma turma, mas na mesma escola sim. Lembro-me perfeitamente, até porque tem um irmão gémeo.
Na realidade, não sei de qual dos gémeos se trata, nunca tive com nenhum dos dois uma relação tão próxima que me permitisse distingui-los.
Mas recordo-me perfeitamente dele.
Fiquei surpreendida. Mas senti-me, acima de tudo, orgulhosa.
Orgulhosa da minha geração. Orgulhosa de pessoas como este rapaz, terá mais ou menos a mesma idade que eu, que não temem o preconceito nem e a discriminação e assumem, perante o Mundo, o amor por alguém, não se coibindo de manifestar, em público, carinho, de trocar olhares cúmplices e de caminhar, lado a lado no passeio, segurando-se pela mão.
Afinal, não é isto que fazem os apaixonados?...
Estava eu dentro do meu carro, cantarolando, à espera que o semáforo virasse a verde, quando me detive num casal que passava.
Chamou-me logo à atenção, porque me pareceu que seria aquilo que realmente era. Tive de focar bem o olhar, porque ambos os elementos do casal tinham cabelo comprido. Não muito comprido, mas comprido.
Constatei, de facto, que se tratava de dois rapazes que andavam pelo passeio de mãos dadas.
Isto, já de si, é um fenómeno. É como digo, não me lembro de alguma vez ter visto, em Cascais, um casal de pessoas do mesmo sexo passeando de mão dada.
Logo de seguida percebi que um dos rapazes foi meu colega de escola. Nunca andámos na mesma turma, mas na mesma escola sim. Lembro-me perfeitamente, até porque tem um irmão gémeo.
Na realidade, não sei de qual dos gémeos se trata, nunca tive com nenhum dos dois uma relação tão próxima que me permitisse distingui-los.
Mas recordo-me perfeitamente dele.
Fiquei surpreendida. Mas senti-me, acima de tudo, orgulhosa.
Orgulhosa da minha geração. Orgulhosa de pessoas como este rapaz, terá mais ou menos a mesma idade que eu, que não temem o preconceito nem e a discriminação e assumem, perante o Mundo, o amor por alguém, não se coibindo de manifestar, em público, carinho, de trocar olhares cúmplices e de caminhar, lado a lado no passeio, segurando-se pela mão.
Afinal, não é isto que fazem os apaixonados?...
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Peixe cru, hiamy
O restaurante onde costumamos ir comer sushi disponibiliza, no verso da ementa, um manual de boas práticas.
Nunca tinha reparado.
Estive a lê-lo, com toda a atenção, e fiquei a saber, por exemplo, que o sushi não se come com as mãos.
Entrei imediatamente em pânico porque aquilo que mais gosto de comer no japonês é temaki, que como, naturalmente, à mão.
Sosseguei, depois, porque afinal o temaki é mesmo para comer à mão.
Parece que quase tudo o resto tem de ser comido com pauzinhos e nunca à dentada. É enfiar tudo na boca como se não houvesse amanhã. E com a parte do peixe virada para a língua.
Isto vem lá tudo explicado, detalhadamente.
Sou, depois disto, uma pessoa muito melhor preparada para a vida, em geral, e para o sushi, em particular.
Nunca tinha reparado.
Estive a lê-lo, com toda a atenção, e fiquei a saber, por exemplo, que o sushi não se come com as mãos.
Entrei imediatamente em pânico porque aquilo que mais gosto de comer no japonês é temaki, que como, naturalmente, à mão.
Sosseguei, depois, porque afinal o temaki é mesmo para comer à mão.
Parece que quase tudo o resto tem de ser comido com pauzinhos e nunca à dentada. É enfiar tudo na boca como se não houvesse amanhã. E com a parte do peixe virada para a língua.
Isto vem lá tudo explicado, detalhadamente.
Sou, depois disto, uma pessoa muito melhor preparada para a vida, em geral, e para o sushi, em particular.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Andar na rua
Escrever é uma das melhores partes de se ser jornalista.
As pessoas que se conhecem, os conhecimentos que se adquirem, as experiências que é possível viver, são outros dos aliciantes da profissão.
Mas o melhor mesmo, aquilo que é tão peculiar e tão característico das lides, é esse acto a que tão dignamente chamamos “andar na rua”.
“Andar na rua” é o melhor de tudo.
“Andar na rua”, a correr atrás da estória ou a deixar que a estória nos persiga, equivale a ter pouco tempo para escrever.
“Andar na rua” é forçoso, quando se quer fazer alguma coisa que preste, em termos de jornalismo.
Mas depois de “andar na rua”, é preciso escrever textos e quando se anda muito na rua, o tempo para escrever textos é menos, logo, o trabalho acumula-se.
É o que me está a acontecer, basicamente.
No meu gravador repousam duas entrevistas feitas esta semana, que tenho obrigatoriamente de voltar a ouvir e transcrever.
No meu bloco de notas descansam os apontamentos relativos a uma inauguração mais uma data de outras pequenas coisas, à espera de serem traduzidos e transformados em textos.
Ainda assim, adoro “andar na rua”.
Porque a profissão tem este dado sublime – os jornalistas convivem muito.
Porque as esperas são, muitas vezes, prolongadas, sair em reportagem equivale a encontrar colegas – aqueles de quem se gosta muito e aqueles de quem não se gosta nada, claro – e a passar sempre algum tempo na conversa, a rir, a contar anedotas, a queixarmo-nos da vida, a fazer amigos e a aprender. Sim, sobretudo a aprender. Ou não…
A verdade é que gosto destas esperas.
Destes preliminares.
Até porque na maior parte das vezes são bem mais estimulantes que o acto em si.
As pessoas que se conhecem, os conhecimentos que se adquirem, as experiências que é possível viver, são outros dos aliciantes da profissão.
Mas o melhor mesmo, aquilo que é tão peculiar e tão característico das lides, é esse acto a que tão dignamente chamamos “andar na rua”.
“Andar na rua” é o melhor de tudo.
“Andar na rua”, a correr atrás da estória ou a deixar que a estória nos persiga, equivale a ter pouco tempo para escrever.
“Andar na rua” é forçoso, quando se quer fazer alguma coisa que preste, em termos de jornalismo.
Mas depois de “andar na rua”, é preciso escrever textos e quando se anda muito na rua, o tempo para escrever textos é menos, logo, o trabalho acumula-se.
É o que me está a acontecer, basicamente.
No meu gravador repousam duas entrevistas feitas esta semana, que tenho obrigatoriamente de voltar a ouvir e transcrever.
No meu bloco de notas descansam os apontamentos relativos a uma inauguração mais uma data de outras pequenas coisas, à espera de serem traduzidos e transformados em textos.
Ainda assim, adoro “andar na rua”.
Porque a profissão tem este dado sublime – os jornalistas convivem muito.
Porque as esperas são, muitas vezes, prolongadas, sair em reportagem equivale a encontrar colegas – aqueles de quem se gosta muito e aqueles de quem não se gosta nada, claro – e a passar sempre algum tempo na conversa, a rir, a contar anedotas, a queixarmo-nos da vida, a fazer amigos e a aprender. Sim, sobretudo a aprender. Ou não…
A verdade é que gosto destas esperas.
Destes preliminares.
Até porque na maior parte das vezes são bem mais estimulantes que o acto em si.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
E agora para algo completamente…
… iztúpido…
Mesmo antes de anunciado que o Al Gore tinha ganho [a meias] o Prémio Nobel da Paz, as minhas atenções já estavam viradas para as alterações climáticas.
Sim, pode dizer-se que sou uma gaja muito à frente.
Na realidade, não sou só eu.
As alterações climáticas andam na boca de toda a gente, mesmo na de quem não faz a mínima ideia de quem é o Al Gore ou sequer do que terá feito para merecer o Prémio Nobel [e um Óscar].
Algo se está a passar neste Planeta, de facto.
Se não neste Planeta, pelo menos em Portugal está, de certeza, a acontecer qualquer coisa de muito estranho com o clima.
Fruto das oscilações bruscas de temperatura entre a manhã e a tarde, fruto deste calor doentio que nos tira toda a qualquer vontade de conhecer a colecção Outono-Inverno 07, fruto das noites quentes que me obrigam a dormir com a janela aberta em Outubro, enfim, fruto de tudo isto, abateu-se sobre mim uma grandessíssima carraspana!
Estou constipada, logo, impossível de aturar!
Está um calor desgraçado e eu vou para casa beber chá de limão com aguardente.
Diz que é tiro e queda.
Que amanhã acordo como nova.
E a ressaca cura-se depois.
Mesmo antes de anunciado que o Al Gore tinha ganho [a meias] o Prémio Nobel da Paz, as minhas atenções já estavam viradas para as alterações climáticas.
Sim, pode dizer-se que sou uma gaja muito à frente.
Na realidade, não sou só eu.
As alterações climáticas andam na boca de toda a gente, mesmo na de quem não faz a mínima ideia de quem é o Al Gore ou sequer do que terá feito para merecer o Prémio Nobel [e um Óscar].
Algo se está a passar neste Planeta, de facto.
Se não neste Planeta, pelo menos em Portugal está, de certeza, a acontecer qualquer coisa de muito estranho com o clima.
Fruto das oscilações bruscas de temperatura entre a manhã e a tarde, fruto deste calor doentio que nos tira toda a qualquer vontade de conhecer a colecção Outono-Inverno 07, fruto das noites quentes que me obrigam a dormir com a janela aberta em Outubro, enfim, fruto de tudo isto, abateu-se sobre mim uma grandessíssima carraspana!
Estou constipada, logo, impossível de aturar!
Está um calor desgraçado e eu vou para casa beber chá de limão com aguardente.
Diz que é tiro e queda.
Que amanhã acordo como nova.
E a ressaca cura-se depois.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Right to be wrong
Estabilizo, agora.
Recupero a calma e a consciência na ressaca de alguns dias (noites) mal dormido(a)s, de alguma (muita) ansiedade, de um nervoso que corroeu por dentro devagarinho até me fazer desabar numa torrente de lágrimas.
Às vezes faz falta.
Apaziguo-me, agora.
Mas às vezes faz falta.
O ‘porquê’ é o que menos interessa, agora. Uma espiral de emoções fortes, de decisões mal ponderadas, de riscos que, afinal, não era absolutamente necessário ter corrido, resultaram numa monstruosa dor de cabeça que me toldou o raciocínio durante todo o dia de segunda-feira.
Mania de que sou infalível.
Não sou.
Chega o dia em que o fracasso tem de ser assumido.
Não seria motivo para tanto, dizem-me, e eu sei.
Mas já experimentaram chorar durante quatro ou cinco horas seguidas?
Faz doer os olhos e os ossos da cara.
Tudo porque tomei uma má decisão. E admiti-lo, olhando-me ao espelho, não foi fácil.
Depois faltava o meu marido. ‘A 2500 quilómetros não posso ajudar-te’, disse-me. Coitado, longe, e eu a dar trabalho. Surpreende-me muitas vezes com as provas de amor que me dá. Voltou a fazê-lo, mesmo longe, com o seu desmedido carinho, com a enorme atenção que me dedica.
Acorreram os ‘bombeiros’ do costume – Mãe, Pai, com letras maiúsculas, tudo aquilo que uns pais devem ser, eles são; mais as Amigas, pacientes, dedicadas, disponíveis, conselheiras, compreensivas.
O erro, não posso apagá-lo. Nem vou esquecer. Mas está remediado.
Serena-se a alma, retoca-se a maquilhagem, levanta-se a cabeça, segue-se em frente.
O meu marido voltou de viagem ontem. Agradeci aos Pais e às Amigas, pela sua infindável paciência. Dormi, ontem, o sono dos justos. Sinto que tudo voltou a encaixar, tudo voltou a entrar nos eixos.
Não fui feita para estas montanhas-russas emocionais, para estes turbilhões sentimentais. Fui feita para as rotinas e para os lugares-comuns.
Mas também tenho direito a errar, once in a while…
“I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone
You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly
I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone”
Joss Stone, ‘Right To Be Wrong’
PS – Ainda agora prometi ao meu amigo APN que faria menção do seu aniversário. E faço. Faço menção e faço-lhe uma enorme vénia [o meu nariz está a tocar nos joelhos neste momento… ainda que isso não seja difícil para ele (o nariz)] por ser, simplesmente, quem é. Parabéns ao amigo. E a nós, todos, por continuarmos a telefonar-nos nos dias de aniversário, after all these years. :)
Recupero a calma e a consciência na ressaca de alguns dias (noites) mal dormido(a)s, de alguma (muita) ansiedade, de um nervoso que corroeu por dentro devagarinho até me fazer desabar numa torrente de lágrimas.
Às vezes faz falta.
Apaziguo-me, agora.
Mas às vezes faz falta.
O ‘porquê’ é o que menos interessa, agora. Uma espiral de emoções fortes, de decisões mal ponderadas, de riscos que, afinal, não era absolutamente necessário ter corrido, resultaram numa monstruosa dor de cabeça que me toldou o raciocínio durante todo o dia de segunda-feira.
Mania de que sou infalível.
Não sou.
Chega o dia em que o fracasso tem de ser assumido.
Não seria motivo para tanto, dizem-me, e eu sei.
Mas já experimentaram chorar durante quatro ou cinco horas seguidas?
Faz doer os olhos e os ossos da cara.
Tudo porque tomei uma má decisão. E admiti-lo, olhando-me ao espelho, não foi fácil.
Depois faltava o meu marido. ‘A 2500 quilómetros não posso ajudar-te’, disse-me. Coitado, longe, e eu a dar trabalho. Surpreende-me muitas vezes com as provas de amor que me dá. Voltou a fazê-lo, mesmo longe, com o seu desmedido carinho, com a enorme atenção que me dedica.
Acorreram os ‘bombeiros’ do costume – Mãe, Pai, com letras maiúsculas, tudo aquilo que uns pais devem ser, eles são; mais as Amigas, pacientes, dedicadas, disponíveis, conselheiras, compreensivas.
O erro, não posso apagá-lo. Nem vou esquecer. Mas está remediado.
Serena-se a alma, retoca-se a maquilhagem, levanta-se a cabeça, segue-se em frente.
O meu marido voltou de viagem ontem. Agradeci aos Pais e às Amigas, pela sua infindável paciência. Dormi, ontem, o sono dos justos. Sinto que tudo voltou a encaixar, tudo voltou a entrar nos eixos.
Não fui feita para estas montanhas-russas emocionais, para estes turbilhões sentimentais. Fui feita para as rotinas e para os lugares-comuns.
Mas também tenho direito a errar, once in a while…
“I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone
You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly
I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone”
Joss Stone, ‘Right To Be Wrong’
PS – Ainda agora prometi ao meu amigo APN que faria menção do seu aniversário. E faço. Faço menção e faço-lhe uma enorme vénia [o meu nariz está a tocar nos joelhos neste momento… ainda que isso não seja difícil para ele (o nariz)] por ser, simplesmente, quem é. Parabéns ao amigo. E a nós, todos, por continuarmos a telefonar-nos nos dias de aniversário, after all these years. :)
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Some things never change…
Por ser segunda-feira, dia difícil por definição, remeto-me à lembrança de sexta, que foi um daqueles dias bons do início ao fim.
Porque me consola a alma quando um amigo dá à costa. Mesmo atrasado, mesmo que eu já lhe estivesse a rezar pela pele [e que bem se aplica ao meu amigo católico esta expressão…], e sobretudo porque já me tinha carpido a um outro amigo, já me tinha lamentado, porque o sentia esquivo e frio, de há uns tempos para cá.
“Isso passa, é impressão tua”, disse-me o outro amigo, aquele a quem me queixei.
Não era, tenho a certeza, impressão minha.
Mas passou.
Sexta-feira deu à costa, ainda que para me dizer que tinha estado no concerto dos Police, onde eu também estive, e para constatar que não nos tínhamos encontrado.
Foi um telefonema de aquecer o coração, uma daquelas conversas que é tão bom ter de vez em quando com os amigos de há muitos, muitos anos mas que não vemos há muito, muito tempo.
Para ter a certeza que são os mesmos, e nós também, que afinal as coisas mudam, mas não mudam assim tanto como isso, para nos lembrarmos, para confirmarmos o porquê de termos gostado [e gostarmos ainda] tanto daquela pessoa.
Tudo isto pode aplicar-se, se bem que com pequenas adaptações, ao encontro que tive mais tarde, nesse mesmo dia, com um outro amigo.
Amigo de há menos tempo, é certo, mas que espero o seja para sempre.
Pode haver quem estranhe, que eu seja tão grata, e que me sinta tão feliz?
Não pode, não pode mesmo.
As melhores pessoas do Mundo fazem parte da minha vida.
E por isso eu só posso, mesmo, dar graças!
Porque me consola a alma quando um amigo dá à costa. Mesmo atrasado, mesmo que eu já lhe estivesse a rezar pela pele [e que bem se aplica ao meu amigo católico esta expressão…], e sobretudo porque já me tinha carpido a um outro amigo, já me tinha lamentado, porque o sentia esquivo e frio, de há uns tempos para cá.
“Isso passa, é impressão tua”, disse-me o outro amigo, aquele a quem me queixei.
Não era, tenho a certeza, impressão minha.
Mas passou.
Sexta-feira deu à costa, ainda que para me dizer que tinha estado no concerto dos Police, onde eu também estive, e para constatar que não nos tínhamos encontrado.
Foi um telefonema de aquecer o coração, uma daquelas conversas que é tão bom ter de vez em quando com os amigos de há muitos, muitos anos mas que não vemos há muito, muito tempo.
Para ter a certeza que são os mesmos, e nós também, que afinal as coisas mudam, mas não mudam assim tanto como isso, para nos lembrarmos, para confirmarmos o porquê de termos gostado [e gostarmos ainda] tanto daquela pessoa.
Tudo isto pode aplicar-se, se bem que com pequenas adaptações, ao encontro que tive mais tarde, nesse mesmo dia, com um outro amigo.
Amigo de há menos tempo, é certo, mas que espero o seja para sempre.
Pode haver quem estranhe, que eu seja tão grata, e que me sinta tão feliz?
Não pode, não pode mesmo.
As melhores pessoas do Mundo fazem parte da minha vida.
E por isso eu só posso, mesmo, dar graças!
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