Estabilizo, agora.
Recupero a calma e a consciência na ressaca de alguns dias (noites) mal dormido(a)s, de alguma (muita) ansiedade, de um nervoso que corroeu por dentro devagarinho até me fazer desabar numa torrente de lágrimas.
Às vezes faz falta.
Apaziguo-me, agora.
Mas às vezes faz falta.
O ‘porquê’ é o que menos interessa, agora. Uma espiral de emoções fortes, de decisões mal ponderadas, de riscos que, afinal, não era absolutamente necessário ter corrido, resultaram numa monstruosa dor de cabeça que me toldou o raciocínio durante todo o dia de segunda-feira.
Mania de que sou infalível.
Não sou.
Chega o dia em que o fracasso tem de ser assumido.
Não seria motivo para tanto, dizem-me, e eu sei.
Mas já experimentaram chorar durante quatro ou cinco horas seguidas?
Faz doer os olhos e os ossos da cara.
Tudo porque tomei uma má decisão. E admiti-lo, olhando-me ao espelho, não foi fácil.
Depois faltava o meu marido. ‘A 2500 quilómetros não posso ajudar-te’, disse-me. Coitado, longe, e eu a dar trabalho. Surpreende-me muitas vezes com as provas de amor que me dá. Voltou a fazê-lo, mesmo longe, com o seu desmedido carinho, com a enorme atenção que me dedica.
Acorreram os ‘bombeiros’ do costume – Mãe, Pai, com letras maiúsculas, tudo aquilo que uns pais devem ser, eles são; mais as Amigas, pacientes, dedicadas, disponíveis, conselheiras, compreensivas.
O erro, não posso apagá-lo. Nem vou esquecer. Mas está remediado.
Serena-se a alma, retoca-se a maquilhagem, levanta-se a cabeça, segue-se em frente.
O meu marido voltou de viagem ontem. Agradeci aos Pais e às Amigas, pela sua infindável paciência. Dormi, ontem, o sono dos justos. Sinto que tudo voltou a encaixar, tudo voltou a entrar nos eixos.
Não fui feita para estas montanhas-russas emocionais, para estes turbilhões sentimentais. Fui feita para as rotinas e para os lugares-comuns.
Mas também tenho direito a errar, once in a while…
“I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone
You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly
I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone”
Joss Stone, ‘Right To Be Wrong’
PS – Ainda agora prometi ao meu amigo APN que faria menção do seu aniversário. E faço. Faço menção e faço-lhe uma enorme vénia [o meu nariz está a tocar nos joelhos neste momento… ainda que isso não seja difícil para ele (o nariz)] por ser, simplesmente, quem é. Parabéns ao amigo. E a nós, todos, por continuarmos a telefonar-nos nos dias de aniversário, after all these years. :)
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
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