Ontem vi uma coisa que não me lembro de ter alguma vez visto em Cascais.
Estava eu dentro do meu carro, cantarolando, à espera que o semáforo virasse a verde, quando me detive num casal que passava.
Chamou-me logo à atenção, porque me pareceu que seria aquilo que realmente era. Tive de focar bem o olhar, porque ambos os elementos do casal tinham cabelo comprido. Não muito comprido, mas comprido.
Constatei, de facto, que se tratava de dois rapazes que andavam pelo passeio de mãos dadas.
Isto, já de si, é um fenómeno. É como digo, não me lembro de alguma vez ter visto, em Cascais, um casal de pessoas do mesmo sexo passeando de mão dada.
Logo de seguida percebi que um dos rapazes foi meu colega de escola. Nunca andámos na mesma turma, mas na mesma escola sim. Lembro-me perfeitamente, até porque tem um irmão gémeo.
Na realidade, não sei de qual dos gémeos se trata, nunca tive com nenhum dos dois uma relação tão próxima que me permitisse distingui-los.
Mas recordo-me perfeitamente dele.
Fiquei surpreendida. Mas senti-me, acima de tudo, orgulhosa.
Orgulhosa da minha geração. Orgulhosa de pessoas como este rapaz, terá mais ou menos a mesma idade que eu, que não temem o preconceito nem e a discriminação e assumem, perante o Mundo, o amor por alguém, não se coibindo de manifestar, em público, carinho, de trocar olhares cúmplices e de caminhar, lado a lado no passeio, segurando-se pela mão.
Afinal, não é isto que fazem os apaixonados?...
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
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