Venho com um dia de atraso para falar sobre o dia de ontem. Talvez porque fosse necessário digiri-lo. E isso leva tempo. Foi, isso sem dúvida, inesquecível. Mais um extraordinário capítulo de uma história onde 1+1 não é, de todo, igual a 2.
Emoções fortes da manhã à noite valeram-me uma monumental dor de costas e uma teimosa dor de cabeça, das quais ainda não consegui ver-me totalmente livre.
Mania de que sou uma míuda e posso simplesmente "ir". Claro que fui, no final de um dia intenso que rematava uma semana intensa, ver e sobretudo ouvir os Xutos e Pontapés ao vivo em Algés. Diz que a semana académica de Lisboa se mudou para lá.
Claro que os Xutos só subiram ao palco à 1 da manhã, porque a malta é jovem. Improvável cenário, rodeada de colegas de trabalho (sim, temos lá a nossa mãozinha), na madrugada de uma sexta-feira, a dançar ao som dos Xutos. Weird things happen...
Naturalmente, com os meus 30 anos a dizerem "estamos aqui, estamos aqui", hoje passei a tarde deitada no sofá, em transe.
O que acabou por ser excelente, porque me permitiu ver dois filmes que me estavam atravessados. Little Miss Sunshine (Uma família à beira de um ataque de nervos) e Me and You and Everyone We Know (Eu, Tu e Todos os Que Conhecemos).
O primeiro é, simplesmente, delicioso. Inteligente, divertido, dramático, comovente, como todos deviam ser. Terminou comigo a chorar e a rir em simultâneo, sendo que, em mim, nenhuma das coisas é muito difícil acontecer. Tem as emoçõezinhas à flor da pele, a menina, tem, tem...
Muito bom, muito bonito.
Quanto ao segundo, posso dizer que é o segundo filme mais surreal que já vi, porque não consegue destronar o Being John Malkovich (Queres ser John Malkovich?) que é, pura e simplesmente, um hino ao surrealismo.
Mas bom. Não consegui deixar de o ver até ao fim e não me apeteceu, nem por um segundo, desligar o DVD. Estranho, mas bom.
Entretanto, parece que as dores estão a querer ir-se embora. Boa.
Assim sendo, talvez ainda consiga dar mais um pézinho de dança...
São duas das minhas favoritas dos Xutos, por uma série de razões que vêm sobretudo espelhadas nas letras.
Circo de Feras é uma daquelas que toda a gente canta e sabe de cor. Gosto dela pelo que evoca, pelo que me traz à memória.
Se me amas... gosto porque num instantinho diz uma série de verdades acerca do amor. Que se quer bem passado é só uma delas.
Se me amas
Se me amas
Se me queres
Não procures aquilo que
Não há em mim
Se me amas
Se me queres
Não me prendas
Sempre ao pé de ti
Se me amas
Se me queres
Não faças de mim palhaço
Não quero ser um fracasso
Nas tuas mãos
Já te disse toma cuidado
Que o amor quer-se bem passado
Quando chega a submissão
Quando chega a obrigação
Há por aí muitas damas
Se me amas
Se me amas
Se me queres
Não me faças nunca
Dizer que não
Se me amas se me queres
Não faças de mim palhaço
Não quero ser um fracasso
Nas tuas mãos...
Já te disse toma cuidado
Que o amor quer-se bem passado
Quando chega a submissão
Quando chega a obrigação
Há por aí muitas damas
Se me amas.
Circo de feras
A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se à espreita
Nunca dei um passo
Que fosse correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto
Quero-te tanto
De modo que a vida
É um circo de feras
E os entretantos
São as minhas esperas
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto
Quero-te tanto
sábado, 12 de maio de 2007
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