A partir do momento em que comecei a ser acompanhada por uma médica em consultas de infertilidade, decidi que não ia fazer da questão, sensível, é certo, um tabu.
Tenho partilhado as alegrias e decepções com as amigas e amigos mais próximos e, ainda que não ande a gritar aos sete ventos, até porque se trata de um problema de saúde, não me esforço demasiado por esconder o que se passa, de quem quer que seja.
Participo em fóruns onde outras mulheres inférteis despejam felicidade e frustrações e é algo que me faz muito bem, em parte porque nenhum dos meus amigos ou amigas passou por uma experiência semelhante.
Curiosamente, durante a semana passada, em conversas distintas, que até foram com homens, descobri que, mais perto do que julgava, há histórias de infertilidade.
Uma delas, felizmente, com um desfecho feliz. Dois anos de tratamentos e uma inseminação artifical sem resultados foram precedidos de uma gravidez by the old fashion way. Foi um percurso difícil, mas compensador. À segunda, a gravidez aconteceu logo ao segundo mês sem pílula. Inexplicável, portanto. É assim.
No segundo caso, a gravidez acontece mas não vai além dos três/quatro meses. Isto já aconteceu por três vezes. O casal está a ser acompanhado em consultas de infertilidade, na tentativa de conseguir, também, uma história com desfecho feliz.
Escusado será dizer que o primeiro caso me deu muito ânimo e o segundo me fez voltar a assentar os pés na terra.
Foi muito curioso ouvir relatar as histórias pela boca dos maridos. Muito curioso mesmo.
Uma coisa é certinha, no meio de tudo isto: o percurso de cada casal infértil é uma lição de persistência, de determinação e de esperança.
terça-feira, 8 de julho de 2008
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