... muito jogo de cintura, para conseguir fingir, perante o marido, uma gravidez até aos nove meses.
Independentemente disso, o que mais gostei, mesmo, foi de ouvir, nos telejornais, dizer que a rapariga frequentava as consultas de infertilidade no hospital de onde acabou por raptar o recém-nascido.
Não bastava dizer que ela frequentava o hospital, não, era preciso especificar que era paciente das consultas de infertilidade.
Porquê? Porque isso justifica o que ela fez? Deve ser.
'Ah, como tinha um problema de infertilidade, tem desculpa'.
Ou melhor ainda, 'mulheres inférteis são capazes de tudo para conseguir o que querem'.
Sugiro que as consultas de infertilidade passem a ser dadas em alas separadas, para não haver o risco de casais inférteis se cruzarem com recém-nascidos ou, até, com mulheres grávidas. Porque não se sabe, tal como explicava ontem uma psiquiatra na SIC, até onde pode ir a astúcia de uma mulher, movida por esse desejo primário de ser mãe.
terça-feira, 17 de junho de 2008
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6 comentários:
Compreendo a tua prespectiva, mas não posso concordar com ela.
As possíveis leituras do que os jornalistas relatam, que são apenas factos reais, que ajudam a enquadrar a história. E não são inventados.
Para mim é relevante saber que ela frequentava o hospital. O que pode revelar novas falhas na segurança.
É relevante saber que ela frequentava o hospital, mas não é relevante saber que tinha - se é que tinha mesmo - um problema de infertilidade. A infertilidade é uma doença, reconhecida como tal pela OMS, e, que eu saiba, o boletim clínico de cada um não é público, é privado. Além do mais, não é de todo relevante, no caso em apreço. Só serve para estigmatizar, ainda mais, as mulheres inférteis.
Não posso concordar.
Isso pode explicar o acto que ela teve, o que não quer dizer que faça de todas as mulheres inferteis, criminosas.
Se o jornalista sabe, só tem mais é de informar. E de certeza que não foi com a intenção de estigmatizar as mulheres inférteis.
Só tens razão em relação ao boletim clínico. Mas de certeza que alguém passou a informação aos jornalistas.
Gosto muito de ti, como sabes, mas ao dizeres 'isso pode explicar o acto que ela teve' estás a fazer precisamente aquilo que eu condenei à partida: partir do princípio que ter um problema de infertilidade constitui uma razão para raptar uma criança.
Com isso é que não posso concordar.
Mas gosto de ti na mesma. :-)
Também não espera que deixasse de gostar muito de mim, só por não termos posições convergentes no que diz respeito a esta matéria, que é bastante delicada para ti.
No entanto, acho que a informação foi dada aos jornalistas e é relevante. Como tal, divulgaram-na.
E não fizeram leitua nenhuma dela.
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