Escrever é uma das melhores partes de se ser jornalista.
As pessoas que se conhecem, os conhecimentos que se adquirem, as experiências que é possível viver, são outros dos aliciantes da profissão.
Mas o melhor mesmo, aquilo que é tão peculiar e tão característico das lides, é esse acto a que tão dignamente chamamos “andar na rua”.
“Andar na rua” é o melhor de tudo.
“Andar na rua”, a correr atrás da estória ou a deixar que a estória nos persiga, equivale a ter pouco tempo para escrever.
“Andar na rua” é forçoso, quando se quer fazer alguma coisa que preste, em termos de jornalismo.
Mas depois de “andar na rua”, é preciso escrever textos e quando se anda muito na rua, o tempo para escrever textos é menos, logo, o trabalho acumula-se.
É o que me está a acontecer, basicamente.
No meu gravador repousam duas entrevistas feitas esta semana, que tenho obrigatoriamente de voltar a ouvir e transcrever.
No meu bloco de notas descansam os apontamentos relativos a uma inauguração mais uma data de outras pequenas coisas, à espera de serem traduzidos e transformados em textos.
Ainda assim, adoro “andar na rua”.
Porque a profissão tem este dado sublime – os jornalistas convivem muito.
Porque as esperas são, muitas vezes, prolongadas, sair em reportagem equivale a encontrar colegas – aqueles de quem se gosta muito e aqueles de quem não se gosta nada, claro – e a passar sempre algum tempo na conversa, a rir, a contar anedotas, a queixarmo-nos da vida, a fazer amigos e a aprender. Sim, sobretudo a aprender. Ou não…
A verdade é que gosto destas esperas.
Destes preliminares.
Até porque na maior parte das vezes são bem mais estimulantes que o acto em si.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
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