terça-feira, 8 de abril de 2008

Eu e as agulhas...

... não temos uma relação propriamente fácil.
Cozer, esqueçam. Sou dotada para muitas coisas (pronto, para uma ou duas, vá lá) mas a costura não é, certamente, uma delas.
Tudo o que envolva agulhas e o meu corpo, pior ainda.
Esta minha aversão, que é bem conhecida dos que me são mais próximos, tem sido posta à prova ao longo dos últimos meses de uma forma que eu não julgava possível.
Ele é análises, ele é injecções, é o que se queira.
Culminando, na semana passada, com a realização de uma biópsia. Ou devo dizer citologia aspirativa?... Bem, whatever. Para quem não sabe, é um procedimento médico que envolve uma agulha e a colheita de uma amostra de tecido no interior do nosso corpinho. Uma coisa boa para começar o dia, portanto.
Calmíssima, waiting for the worst but expecting the best, como é meu costume, lá fui. E a coisa deu-se. Tenho tido uma sorte desgraçada, porque me têm aparecido boas pessoas ao caminho. O médico era uma gentileza e as meninas que o acompanhavam, seriam enfermeiras, algumas, ou médicas, não sei bem, umas queridas.
O charmoso do médico não se fez rogado nos preliminares, explicou-me com detalhes o que ia fazer, fez perguntas, ouviu atentamente as minhas respostas, e garantiu-me que utilizaria a agulha mais fina, e passo a citar, de todas as que estão disponíveis no mercado. É a azul-bebé, explicou-me. Tinha graça, o doutor.
Com a delicadeza possível, lá me espetou uma vez a agulha, esclarecendo logo que aquela primeira era só para efeitos exploratórios. Tudo bem. Voltou à carga pouco depois, sempre atencioso, tal como as meninas, perguntando-me se me estava a sentir bem e tal. À terceira comecei a dar sinais de impaciência. Aquilo não é propriamente divertido, diga-se. Tranquilizou-me, explicou-me que estava feito.
Pelo meio ainda lhe disse que se quisesse explorar mais, tinha outras zonas do corpo de onde podia aspirar coisas, tipo as ancas, e tipo gordura. Levantou a toalha de papel de mesa que me cobria e disse-me "não me parece que precise".
Eu, que não desdenho um elogio, quando me levantei, e ainda antes de me vestir, dirigi-me a ele dizendo-lhe que tinha sido um prazer. Sim, porque eu sou uma mulher que aprecia ser bem tratada.

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