quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Não, obrigada

Gostava que me explicassem [na realidade não gostava, é só uma força de expressão]por que raio haveríamos de ter que dizer 'sim' ou 'não' à assinatura do tratado de Lisboa através de um referendo.
Já relativamente ao referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez tive dúvidas que, aliás, expressei aqui.
Mas neste caso tenho a certeza: fazer o referendo seria um erro.
Em primeiro lugar porque para alguma coisa elegemos os deputados que estão na Assembleia da República. Conferimos-lhes autoridade para decidir, em nosso nome, boa?... Ao votarmos, certo?...
Em segundo lugar porque toda a gente sabe que os portugueses votam cada vez menos nas eleições e quanto à participação nos referendos então sabe Deus... Ninguém lá ia pôr os pés! Ninguém ia votar!
Ninguém sabe o que diz o tratado de Lisboa e, pior, ninguém quer saber. E ninguém se ia dar ao trabalho de saber para votar no referendo.
Gastava-se dinheiro, perdia-se tempo e o referendo acabaria por não ser vinculativo.
É por isto que dispenso bem o referendo. Este e outros.
Experimentassem referendar a lei do tabaco, para verem...
Já que falo nisso, e sem querer parecer obcecada, ouvi hoje da manhã [mas não quis acreditar]uma notícia que dava conta de que a DGS teria sugerido que os estabelecimentos para fumadores fossem inspeccionados pela ASAE de forma prioritária. Porra, começa a ser de mais.
Qual é a ideia?
Para além de serem poucos os cafés/restaurantes que permitem fumar, querem o quê? Que o ar esteja tão limpo nos locais para fumadores como naqueles onde não se fuma?
Quer dizer, calminha!
Falta pouco para instalarem na cabeça de cada fumador um exaustor portátil.
O meu marido lembrou-se outro dia, a propósito da lei, de uma coisa que nos aconteceu em Barcelona.
Estávamos na fila para a bilheteira do Museu Picasso (na rua) e atrás de nós estava uma típica família americana. Como a coisa estava demorada, cada um de nós acendeu um cigarro.
Os americanos quase nos fulminaram com os olhos! Começaram a resmungar lá entre eles, reacção que provocou, em mim e no meu marido, uma claríssima postura de desafio e de gozo.
Assim que a fila começou a mover-se, reservaram para aí dois metros de distância relativamente a nós.
Não fosse dar-se o caso de inalarem algum fumo tóxico... Americanos, essa raça...

5 comentários:

BHS disse...

Minha amiga, acho que a reacção dos americas foi exagerada, mas estão no direito deles de não terem de inalar um fumo em 2.ª mão.

Não incomodaram ninguém, ou incomodaram???

Quanto à notícia a que te referes, se tivesses lido até ao fim verias que a fiscalização prioritárias pedida pela DGS se deve ao simples facto de alguns chico-espertos (essa bela raça nacional abominável e que não se extingue) terem começado por ter colocado o dístico de não fumador nos cafés e depois terem mudado para azul a meio do jogo.

Simples oportunismo e chico-espertismo puro!!! Cada vez gosto menos deste chico-espertismo-tuga.

nica disse...

Caro amigo, os proprietários de restaurantes/cafés têm direito a mudar de opinião, certo?
Provavelmente chegaram à conclusão que optar por ser "não fumador" lhes estava a prejudicar o negócio.
Desde que cumpram a lei, todos são livres de optar, ou não?
Imagino que gostasses de um mundo onde não se pudesse fumar em lado nenhum, mas tens de respeitar se queres ser respeitado.
Os comerciantes que querem ter o dístico azul são livres de o fazer, desde que cumpram as normas, boa?...
Que mau feitiozinho...

BHS disse...

Por mim podem mudar á vontade, não contem é comigo para ir lá almoçar ou beber um café.

De resto, estive a ver o Prós e Contras, esta noite na RTP, e acho fantástico o argumento ridículo dos fumadores que dizem que a lei do tabaco viola a liberdade individual!!!

Mas o inverso, ou seja os não -fumadores levaram por exemplo uma noite inteira com o tabaco de quem fuma.

Isso já não viola a liberdade de quem não fuma, pois não???

Enfim...

nica disse...

Também vi o Prós e Contras.
A prestação do vice-presidente da ASAE foi memorável.
José Sá Fernandes ao poder, já!
:-)

BHS disse...

A Bonifácio parecia um misto de Camacho com Paulo Bento. Só disse merda...

E repetiu o argumento estúpido de que não gosta de criancinhas nos restaurantes.

Fumar pode ser à grande, agora criancinhas a chorar e a berrar é que não.

Santa paciência...

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