sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Porquê?

Porque é que há pessoas que nos desvendam quase imediatamente? Sabem do que eu estou a falar, alguém que conhecemos ainda agora e já nos sabe de cor. Nos reconhece os gestos e os olhares, as hesitações e os silêncios. Alguém que provoca em nós aquela sensação estranha de nos conhecer melhor do que nos conhecemos a nós mesmos. E que, por causa disso, nos faz acordar com um nó na garganta e os órgãos todos trocados, todos fora do lugar. O coração esmagado na traqueia, os pulmões abaixo do estômago, o cérebro nos pés.
Porque é que há pessoas que nos fazem sentir que precisamos de psicanálise? Que temos o mundo todo ao contrário. Que estamos a caminhar em contra-ciclo com o resto do planeta. Que ninguém nos entende, sobretudo, porque não queremos parar para pensar no que realmente queremos, e porquê.
Porque é que hoje me sinto como se me tivesse passado um camião por cima? Porque é que me apetece enfiar-me dentro do carro, embasbacar no infinito e ficar horas sem falar e sem fazer nada?
Porque é que as melhores pessoas do universo insistem em atravessar-se no meu caminho? Será porque mereço mesmo? Ou isto é castigo, assim de um modo muito retorcido?
A sério, se alguém fizesse um ranking das 20 melhores pessoas do universo inteiro, podem ter a certeza, eu conheço-as a todas. E gostam de mim, o que é mais fantástico. Sim, isso é que é, de facto, fantástico. Mesmo que algumas delas me virem do avesso, uma vez por outra...

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez porque o universo nos reserva surpresas boas. E porque nem só de coisas más é feita a vida. Talvez porque por vezes as pessoas compliquem o que é assaz fácil e no fundo tenham muito em comum. Talvez porque as regras, as barreiras, os estereótipos, os preconceitos, os tabus que a sociedade nos impõe - são afinal possíveis de vencer. Porque não há só "um modelo a seguir". Aliás, não há modelo nenhum! Somos todos únicos, ímpares, especiais. E é exactamente na diferença que nos encontramos com a nossa essência, e ao valorizar a "diferença no outro" nos apaixonamos.

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