quinta-feira, 3 de maio de 2007

Parvoíce

Em primeiro lugar, que merda de tempo é este?!?
Pronto.
Agora em relação à lei do tabaco. Baseando-me naquilo que leio nos jornais e vejo na televisão, esta lei consubstancia, pelo menos em alguns aspectos, clara parvoíce.
O café onde costumamos tomar o pequeno-almoço não tem 100 metros quadrados. O dono, o sr. j., é fumador e já várias vezes me disse que 90% dos seus clientes são fumadores.
Hoje de manhã dizia-me “se tenho de descriminar os fumadores, vou afixar um papel ali à porta a dizer «proibida a entrada a negros»”.
Claro que era uma força de expressão. O sr. j. não pretende vedar a entrada a alguém baseando-se apenas na sua raça ou credo.
Mas faz sentido a indignação.
Tenho ouvido os representantes dos empresários de restauração defender uma solução semelhante à espanhola.
Esta foi, aliás, a que sempre preconizei.
Em Espanha é simples, tão simples, e tão fácil de imitar.
São os proprietários dos estabelecimentos quem opta.
Das duas uma, ou “se puede” ou “no se puede”.
Os fumadores, ou aqueles que não se incomodam com o fumo dos outros, frequentam os estabelecimentos onde é permitido fumar. Os outros, os estabelecimentos nos quais não se permite.
A permissão, ou a proibição, está afixada nas portas ou nas montras, de forma bem visível, de modo que não há que enganar.
Ainda ontem dava a uma colega minha o exemplo do Starbuck’s, que tinha imensa curiosidade em conhecer.
Como em Portugal ainda não existe nenhum, pensei provar um dos afamados cafés com sabor [a tudo e mais alguma coisa] em Barcelona, onde há um Starbuck’s em cada esquina.
Acontece que no Starbuck’s “no se puede”. Ou não fossem eles americanos. E por isso não nos apeteceu entrar.
Foi da maneira que poupei uma pipa de massa, que é o que eles pedem por um vaso de café…
Cá estarei em Janeiro para ver como vai ser, na prática.
Os jornalistas ontem andaram todos à caça dos deputados fumadores, para fazer a perguntinha da praxe. A sério que estava doida para ouvir alguém responder “vou continuar a fumar dentro do meu gabinete e onde me apetecer, desde que ninguém me chateie, porque me estou a borrifar para a lei”.
É impressão minha ou já há muitos anos que é proibido fumar nos edifícios públicos?
Aqui na minha sala não se fuma. Foi uma imposição dos não-fumadores, que caiu muito mal nos fumadores.
Mas agora já passou.
Fuma-se na rua, fuma-se no pátio [sim, temos um pátio, à antiga portuguesa], fuma-se no café… por enquanto…
Fuma-se menos.
Se há coisa com a qual eu sou esquisitinha é com os cheiros. O cheiro a tabaco impregnado na roupa e no cabelo tira-me do sério. Tal como o cheiro a fritos. Não há coisa pior que sair de um restaurante a cheirar a fritos.
Por isso proponho que passe a ser proibido fritar nos restaurantes.
Tenho dito.

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