sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Ai nano...
Sim, é verdade que vou resistindo aos gadgets. Sim, é verdade que desdenho, que me faço de cara, que digo que acho tudo supérfluo, uma futilidade.
Mas o meu marido troca-me as voltas e oferece-me um ipod, como presente de Natal.
E agora estou viciada, acho que é lindo e quero ir a correr comprar acessórios. Faço listas mentais de todas as músicas que quero descarregar lá para dentro.
Vá-se lá entender as mulheres...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Toque Toque
A que me faz dar ao pézinho por estes dias...
«Eu preciso de sentir aquele toque feminino, imagino
Que me possas entender erradamente então declino
Qualquer intenção que não a de trocar uma impressão
Opinião, informação, e, quem sabe, emoção?
Hora e meia de concerto e ‘tou meio estourado
Preciso de um cigarro, sentar um bocado:
Fica do meu lado porque ‘tou interessado
Em quase tudo menos sexo sem significado, então
"Vem fazer de conta" e acredita em mim...
Podemos falar do Manel, ou das canções do Jobim
Hoje tou memo assim, com uma carência sem fim
E quero saber tudo de ti, tintim por tintim
Vou trocar de roupa dá-me só um minuto
Queres um bom vinho tinto ou um champanhe bruto?
Já caguei no duto, ‘tou seguro, resoluto
E a vida deve ser levada com olhar de puto
Fácil fácil brincadeira de criança
Eu ‘tava preso e tu pagaste-me a fiança
O toque é certo, equilibra a balança
Lança lança lança a tua dança
Nós não temos que, mas podemos se
Dá-me tempo para que te mostre quem sou
O toque acusou fez-se música e cantou
Para te mostrar que sou
Perigosamente perto, absolutamente certo
O teu sorriso brilha e deixa-me liberto
Pega na minha mão, vou-te tirar a pressão,
Nunca durmo na primeira noite, haja ou não tesão
Por isso baza à minha casa, só para um pouco de,
Nós não temos que, mas podemos se...
Pausamos na descontra com som ou tv
Eu tenho fox na cabo stand up em dvd
Quê quê quê, sorriso duvidoso?
Não tenho habilidade para coro manhoso
Só covinha na bochecha e olhar curioso
Charme de trapalhão, tu és doce eu sou guloso
Eu dou-te tick-tick, tu dás-me tock tock
Embala slick rick e leva-me a reboque
Eu não sou playboy, rude boy, bad boy,
Pura e simplesmente posso vir a ser o teu boy
Fácil fácil brincadeira de criança
Eu ‘tava preso e tu pagaste-me a fiança
O toque é certo, equilibra a balança
Lança lança lança a tua dança
Nós não temos que, mas podemos se
Dá-me tempo para que te mostre quem sou
O toque acusou fez-se música e cantou
Para te mostrar que sou
Temos empatia, quem sabe se um dia
A nossa simetria não acaba em sinfonia
Falo com o Massena nos temos boa cena
Dedico-te um poema vamos ganhar um ema
Longe de perfeito digamos que tenho jeito
Para director de casting e o teu timing é perfeito
Dás-me o toque-de-caixa e eu fico em sentido
A tua voz encaixa directo no ouvido
É poesia em movimento no terceiro andamento
Dum concerto em Sol maior, para tocar em casamento
Fácil fácil brincadeira de criança
Eu ‘tava preso e tu pagaste-me a fiança
O toque é certo, equilibra a balança
Lança lança lança a tua dança
Nós não temos que, mas podemos se
Dá-me tempo para que te mostre quem sou
O toque acusou fez-se música e cantou
Para te mostrar que sou»
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Quase, quase...
E entretanto é Natal.
E no dia 26, se Deus quiser, cá estarei retemperada, cheia de genica para trabalhar!
:-)
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
31, daqui a nada...
Por tudo o que aprendi, pelo que me permitiu crescer, pelas pessoas que fiquei a conhecer melhor, pelas amizades que fiz, pelas desilusões, pela esperança sempre renovada, pela convicção de que é preciso acreditar que há sempre mais e melhor, um passinho mais adiante.
É Natal outra vez, caraças, e eu não podia mesmo pedir mais do que aquilo que já tenho e que é provável, Deus me ajude, que seja mais do que mereço.
E daqui a uns dias [três, na realidade] já tenho 31 aninhos.
Eh pá, brutaaaaal! :-)
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
'Mala suerte'
Do noticiário de anteontem, a do aumento do salário mínimo foi, sem dúvida, a melhor.
Mas nem de longe nem de perto tão divertida quanto a que dava conta da chegada, à ilha da Culatra, de um barquinho carregado de imigrantes ilegais oriundos de Marrocos.
Para além de um jornalista que se esforçava por falar um espanholês da melhor categoria, a reportagem in loco incluía depoimentos dos ditos marroquinos.
E aqui é que está a graça. Os coitados repetiram, até à exaustão, que não queriam vir para Portugal, mas sim desembarcar em Espanha.
O contrário é que seria estranho e ninguém compreenderia...
As próprias 'entidades oficiais' fizeram questão de explicar que tinha sido um acidente, que eles queriam mesmo era ir para Espanha.
Como se isso fizesse alguma diferença no que diz respeito à situação humanitária dos pobres homens...
"Espanha, Espanha, queríamos ir para Espanha".
Foi "mala suerte", diziam eles.
Um azar, vir parar a Portugal... Nem eles imaginam quanto...
Passados dois minutos de estarem em solo nacional terão, no entanto, percebido como é que as coisas aqui funcionam, porque um deles começou a desmentir dizendo "Portugal, queremos Portugal".
Se isto não é o país no seu melhor, eu não sei o que será... :-)
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Olha, gostei.
Devo ter sido. Porque sou um bocado chanchas.
Mas a verdade é que senti. Tal como o Durão Barroso (isto de eu estar de acordo com o Durão Barroso é que é capaz de ser um bocadinho estranho...), acho que mau teria sido não promover a cimeira, mesmo tendo em conta todas as polémicas.
Gostei de ver Portugal a bater-se na diplomacia. Gostei de ver que não demos barraca (pelo menos nenhuma da qual me tenha apercebido). Até gostei de ver a Marginal cheia de polícia. Gostei da azáfama de batedores e de carros oficiais abrindo caminho por entre os demais. Gostei que tivessem servido robalo ao sal no banquete oficial do Palácio da Ajuda.
Não gosto do Mugabe, nem do Kadhafi [medo...], mas isso são outros 500...
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Chamaste?...
Por mais um dia. Porque está sol. Porque a vida é mesmo fantástica. Pela família. Pelos amigos. Porque a música é linda. O momento do dia é este. Só mesmo porque. Sim.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Tudo doido
Não sei exactamente como vai soar isto, mas a verdade é que... me têm acontecido coisas incríveis, desde que casei.
Na realidade, o casamento mudou-me. Mudou, pelo menos, a minha forma de encarar o casamento. E as pessoas. Homens e mulheres. As relações. A amizade. O sexo, também.
Falava sobre isto outro dia ao almoço, com umas amigas.
Chegámos a uma conclusão: está tudo doido.
A aliança no dedo anelar da mão esquerda, pensava eu na minha ingenuidade, funciona como um repelente relativamente a abordagens por parte de elementos do sexo oposto (ou do mesmo...).
Nada mais errado.
Acredito, hoje, que funciona como um iman.
E as minhas amigas partilham desta minha convicção.
Se não, vejamos.
Vamos pôr-nos na pele de um homem casado que se sente atraído por uma mulher, que não a sua.
O facto de ela ser, como ele, casada, confere uma muito maior segurança. Uma mulher solteira terá, mais facilmente, ilusões, criará, mais facilmente, expectativas. Pode criar problemas, provocar situações embaraçosas, constrangimentos.
Uma mulher casada, em princípio, não.
A igualdade de circunstâncias em que ambos, casados, se encontram, aumenta o nível de risco, é certo, mas também os níveis de adrenalina e de excitação.
O facto de ambos terem tudo a perder faz com que ambos cultivem de igual modo a discrição.
Uma mulher casada dificilmente se deslumbrará com a atenção de um homem casado. Pelo menos não ao ponto de desejar que ele deixe a mulher, até porque isso a colocaria também numa situação difícil.
Isto é matemático.
A ideia de que os homens traem mais do que as mulheres está totalmente desactualizada.
Hoje, eu tenho praticamente a certeza disto, homens e mulheres relativizam, de igual modo, o conceito de fidelidade conjugal.
Está tudo doido, tal como eu dizia.
Dizer "eu sou casada" provoca tudo menos desinteresse.
Pelo contrário, aumenta o interesse.
Isto é muito estranho, mas é assim mesmo.
Estas e outras coisas tenho eu vindo a aprender, desde que me casei.
Universo complexo, o do matrimónio.
Está tudo doido. Mesmo.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Momentos inesquecíveis
Pois que repeti a experiência do ano passado no Encontro Nacional de Comunicação Autárquica e pois que foi espectacular.
Passámos, por causa disso, dois dias em Portimão (eu e a a.), onde mais de cem profissionais da área se reuniram para falar de coisas sérias mas, também, e isso é importante, passar um bom bocado.
Houve de tudo, apresentações muito interessantes (destaco a Cristina Amaro e o Carlos Coelho - o livro dele como prenda de Natal não era mal pensado...), boa comida, bom 'combíbio' e a experiência ultra-radical de jogar golfe pela primeiríssima vez.
Foi 'show de bola'... no caso, bolas, voando em todas as direcções, menos, é claro, o buraco onde, parece, é suposto enfiá-las. Bem giro!
Como foi uma coisa muito em torno do marketing, deixo aqui umas belas deixas, retiradas dos meus apontamentos...
Uma: 'it's not about if it fits you, it's about how it feels to you'
Duas: 'it's not how good you are, it's how good you want to be'
Três: 'o valor das coisas não está no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis' (esta, parece-me, é de Pessoa e é, de facto, um mimo...).
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Uma(s) lágrima(s)
Mordeu os meus namorados. Lambeu-me as mãos e a cara vezes sem conta. Fugiu-me. Desobedeceu-me. Rosnou-me. Fez-me rir. Fez-me chorar.
Deitou-se aos meus pés milhares de vezes. Abanava a cauda sempre que me via aparecer, sempre que falava com ele, sempre que sorria, e fez-me compreender que os cães também riem e também ficam tristes.
Por todas as alegrias, pela companhia que nos fez ao longo de 14 anos, pelas vezes em que se portou mal, pelas vezes em que demonstrou ser o cão mais inteligente de todos, por tudo, tudo, tudo, nunca, mas nunca, nos vamos esquecer que fez parte das nossas vidas.
O Tobias, coitadinho, adormeceu no sábado de manhã e sabemos que não vai voltar a acordar.
A saudade é imensa. É (foi) o melhor cão do Mundo. Estejas onde estiveres, Bias, só desejo que tenhas uma cama quentinha e frango assado. Frango assado todos os dias. Mereces isso e muito mais.
Faz falta. Vamos ter saudades sempre. Mas não o queria ver sofrer mais. 'Tadinho. Do meu (nosso) Tobias.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Mika - Relax, Take It Easy
Enquanto a minha chefe não percebe que eu sou só uma, e não três ou quatro, o melhor mesmo é relaxar... e ir de fim-de-semana a dar ao pezinho!
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Sempre assim
Está a ser uma semana assim... ao melhor género montanha-russa.
Ontem, então, foi um dia embrulhadíssimo, com picos de êxtase e momentos de... huuummm... 'snif' [beicinho] sucedendo-se, atropelando-se uns aos outros.
Se nem eu me entendo muito bem às vezes, como pode alguém entender-me. Ou então pode. Ou então consegue. Ou então sabe, como eu sei. Que simplesmente não pode ser. Mas que vai sendo na mesma, enquanto se quiser assim tanto.
Whatever.
Não está a ser a melhor das semanas. Só porque está a ser assim... embrulhada.
E eis que hoja, ainda agora, o polícia que está ali na porta de entrada olha para mim como se me estivesse a ver pela primeira vez e me diz "está sempre com um ar tão bem disposto!".
Deve ser por causa desta cara, que eu gosto de usar em cima do pescoço, e deste sorriso que não gosta de desgrudar dela.
Lucky me.
:-)
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
É só um desabafo, OK?...
A sério que não faço mesmo.
É inevitável, acontece.
Recebi, há pouco, a confirmação da gravidez da mulher de um amigo.
Foi, como se imagina, dada a minha idade e a idade dos meus amigos, mais uma das muitas notícias de gravidezes que tenho tido ao longo dos últimos anos.
Particularmente ao longo do último ano e meio. Não posso estar a ser mais sincera quando digo que fico extraordinariamente feliz com a novidade. A sério que fico. Fico porque imagino a emoção e a felicidade dos pais, o momento em que tiveram a certeza, a primeira ecografia, a alegria das famílias… O coração transborda, mesmo, e a felicidade dos meus amigos põe-me um sorriso na cara.
É por isso que me custa a aceitar o aperto que inevitavelmente me enche o peito depois. O nó na garganta. E eu não faço por querer.
A sério.
Não é inveja, nem nada que se pareça.
É só uma dúvida. Porque é que eu não consigo? Porquê, meu Deus, porquê?....
Diz que é uma espécie de aumento
Mais oito cêntimos no subsídio de refeição.
Podia ser pior.
Mas na verdade, sendo igual à inflação, o aumento do ordenado não vai representar real aumento do poder de compra.
O meu marido pergunta-me «e mesmo assim não te arrependes?».
Sei a que se refere, mas não me apetece dar-lhe conversa… :-)
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Big girls are beautiful
Eu não resisto. Nem me esforço.
A música é muito gira. Só depois de a ouvir duas ou três vezes é que me dei conta de que é uma ode às mulheres mais cheiinhas… Isto é brutal! Um hino às mulheres reais, com “curves in all the right places”! Big Girl (You Are Beautiful).
«Big girl you are beautiful
Walks in to the room
Feels like a big balloon
I said, 'Hey girls you are beautiful'
Diet coke and a pizza please
Diet coke I'm on my knees
Screaming 'Big girl you are beautiful'
You take your skinny girls
Feel like I'm gonna die
Cos a real woman
Needs a real man is why
You take your girl
And multiply her by four
Now a whole lotta woman
Needs a whole lot more
Get yourself to the Butterfly Lounge
Find yourself a big lady
Big boy come on around
And they'll be calling you baby
No need to fantasise
Since I was in my braces
A watering hole
With the girls around
And curves in all the right places
Big girls you are beautiful
Big girls you are beautiful
Big girls you are beautiful
Big girls you are beautiful»
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Um bom encontro é de dois
Boa Sorte… [A minha parte favorita está a bold]
«É só isso
Não tem mais jeito
Acabou
Boa sorte
Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará
Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais
That's it
There is no way
It's over
Good luck
I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change
(Refrão)
Tudo o que quer me dar
Everything you want to give me
É demais
It too much
É pesado
It's heavy
Não há paz
There is no peace
Tudo o que quer de mim
All you want from me
Irreais
Isn´t real
Expectativas
Expectations
Desleais
Mesmo que se segure
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha
Há um desencontro
Veja por esse ponto
Há tantas pessoas especiais
Now even if you hold yourself
I want you to get cured
From this person
Who advises you
There is a disconnection
See through this point of view
There are so many special people in the world
So many special people in the world... in the world
All you want all you want
(Repete refrão)
Now were falling (falling), falling (falling) into the night (into the night),
Falling (falling), falling (falling) into the night (um bom encontro é de dois),
Now were falling (falling), falling (falling) into the night (into the night),
Falling (falling), falling (falling) into the night»
Alterne
O argumento é, digamos, mau, o desempenho de grande parte dos actores é, digamos, mau, a história é, digamos, incongruente e em certos detalhes o filme chega a ser surreal.
Veja-se a cena em que o cão [que é lindo e que assume o melhor desempenho do filme] ladra para o papagaio, que lhe responde, ladrando de volta.
Ou aquela em que ‘Sofia’, a alternadeira [a propósito, bar de alterne é um nome parvo, não sei se sabiam] serve o almoço ao Presidente à beira da piscina, ao som de música siciliana, sendo que o almoço consiste num prato de arroz com ovos estrelados [comida de pega?], que o Presidente se prepara para devorar como se não houvesse amanhã.
Só mais uma coisa. O bar de alterne do filme chama-se ‘À Noite’. O que até soa bem, se dissermos ‘vamos aí ‘À Noite’. Julgo, no entanto, que melhor seria se tivessem chamado ao bar ‘Às Putas’. Assim dir-se-ia simplesmente ‘vamos ‘Às Putas’ [como quem diz ‘vamos ali àquele bar de alterne].
Para a semana vou ver um filme para rir.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Fim-de-semana (em) grande
Quinta-feira foi dia de pão por Deus. Na quarta à noite comprei gomas e ‘smarties’ para dar aos miúdos, caso por lá aparecessem. O meu marido disse-me “só tu”, algo que eu interpretei como um elogio. Prometi-lhe que se não aparecessem crianças a pedir o pão por Deus lhe dava as guloseimas a ele.
Mas apareceram. Eram oito e meia da manhã. A sério. Recusei-me a levantar àquela hora. E eles voltaram, mais tarde. No caso, elas. Eram três meninas. Tocaram à campainha, fui à janela ver quem era e apareceu uma carinha laroca a dizer “podia dar-nos o pão por Deus, fáchavor?”.
Tinha separado as gomas e os ‘smarties’ em saquinhos. Dei-lhos e lá foram elas, felizes da vida. Eu também fiquei. Gosto destas tradições. E lembro-me tão bem de ir ao pão por Deus que acho graça ao facto de agora ser eu uma ‘senhora’ a quem os miúdos batem à porta.
Fónix, estou velha!
Sexta-feira rumámos à Beira Baixa. Levámos dois carros [contingências de uma família que vive do comércio de automóveis…], de modo que fiz a viagem sozinha no meu carrinho. Maravilha. Fiz a viagem com o rádio aos berros, a cantar e a dançar, a comer pastilhas e a fumar cigarros, sempre com os vidros abertos.
Cheguei ao Fundão com os ouvidos a zumbir e com os músculos das pernas a doer. Sobretudo os da perna esquerda, por força de ter feito a viagem toda a dar ao pezinho.
O meu marido, ‘tadinho, foi a conduzir uma carrinha que não tinha rádio e eu passei a viagem toda a meter-me com ele, a ultrapassá-lo e a buzinar.
Uma galhofa.
Passámos três dias na quinta, sendo que eu pouco mais fiz do que comer e beber. E que bem que se come e se bebe.
A casa que os meus sogros construíram está muito bonita. Já temos um refúgio no campo. Sabe bem, fugir para lá de vez em quando. As distracções são poucas, vive-se muito à base do convívio familiar, em redor da mesa sobretudo.
Saímos à noite, como fazemos sempre que lá estamos, e picámos o ponto no Alaúde, que é o bar onde toda a gente do Fundão, de todas as idades, vai beber um copo.
O tempo lá rende mais.
O Jorge Palma estava na Covilhã mas como fui a única a manifestar interesse em ir vê-lo, puseram-se com as desculpas de que ao fim-de-semana à noite não se pode sair do Fundão de carro porque a BT não perdoa, e acabámos por não ir. Snif.
Terminámos a noite no Alambique e foi quando saímos de lá que tomei consciência da razão pela qual teria muita dificuldade em adaptar-me à vida serrana: frio, muito frio, muito frio MESMO.
Só tive pena de não ir ao Lounge, na Moagem, que é agora o sítio da moda. A Moagem, a antiga moagem do Fundão, foi recuperada, o edifício está lindo e tem um bar no último piso todo modernaço, todo fashion.
Uma cidade muito catita, o Fundão. As pessoas são bonitas e simpáticas. Toda a gente se veste bem, homens e mulheres, são todos muito vaidosos, ninguém sai à rua vestido de qualquer maneira, os homens são assim todos cheios de estilo e as meninas parece que vão sempre para uma festa. Muito giro, o espírito. A vida social gira muito em torno de dois ou três bares, onde toda a gente se encontra, quer ao fim-de-semana, quer durante a semana, ao final da tarde.
Vive-se lá muito bem, gosto daquele espírito. Os dias parecem maiores. Claro que para mim são enormes, porque quando lá estou não faço outra coisa que não seja estar sentada à mesa…
Regressámos ontem à noite. Nós e mais metade da população de Portugal. Estivemos mais de uma hora parados na A1. Que alegria. Sobretudo quando se vem aflitinha para fazer xi-xi. Enfim.
Bom, muito bom o fim-de-semana.
E hoje não me apetecia nada…
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Culpado?
Acho que foi na SIC. Relatava-se o caso de uma gaiata de 11 anos, acho que foi 11 que disseram, que engravidou.
Passou-se em Espanha. Parece que os médicos defendem que uma criança daquela idade não está preparada, nem física nem psicologicamente, para ser mãe, mas os pais da miúda ainda não tinham concordado com o aborto.
Agora o que me chocou foi a jornalista dizer que “o culpado” é um rapaz, mais ou menos da mesma idade.
Sim, a jornalista disse “O CULPADO”. Então e “alegado pai”, não teria sido melhor?!?...
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Reflectindo...
Passei a manhã e grande parte da tarde sentada em frente ao computador. Com a janela aberta para a rua, passei o dia a ouvir as vozes e as gargalhadas das crianças que brincavam lá em baixo.
Na minha rua, no meu bairro, ao fim-de-semana, e sobretudo ao domingo, as crianças brincam na rua. Quando faz bom tempo, como foi o caso deste fim-de-semana que passou, ouço-as lá fora e é música para os meus ouvidos.
Gosto de viver num sítio onde as crianças brincam na rua ao domingo.
No sábado, em compensação, passei o dia nos ‘alevantes’. Maior o dia, maior a romaria, como tão bem costuma dizer o meu marido.
Entre outras coisas absolutamente fúteis, estive mais de três horas no cabeleireiro (sim, três horas…).
Preparava-se uma menina para me cortar o cabelo quando comecei a seguinte conversa:
“Da última vez que cá estive perguntei por si e disseram-me que estava em formação…”
“Pois estava. E amanhã vou outra vez. Para Barcelona.”
Confesso que tive dificuldade em dissimular o meu espanto.
Apesar de minha muito questionável vocação, naquele momento, naquele preciso momento, senti-me muito tentada a perguntar “então e se eu quiser ser cabeleireira, o que é que tenho de fazer mesmo?...”.
Barcelona. Formação. Ele há bons empregos, fónix…
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Gay pride
Estava eu dentro do meu carro, cantarolando, à espera que o semáforo virasse a verde, quando me detive num casal que passava.
Chamou-me logo à atenção, porque me pareceu que seria aquilo que realmente era. Tive de focar bem o olhar, porque ambos os elementos do casal tinham cabelo comprido. Não muito comprido, mas comprido.
Constatei, de facto, que se tratava de dois rapazes que andavam pelo passeio de mãos dadas.
Isto, já de si, é um fenómeno. É como digo, não me lembro de alguma vez ter visto, em Cascais, um casal de pessoas do mesmo sexo passeando de mão dada.
Logo de seguida percebi que um dos rapazes foi meu colega de escola. Nunca andámos na mesma turma, mas na mesma escola sim. Lembro-me perfeitamente, até porque tem um irmão gémeo.
Na realidade, não sei de qual dos gémeos se trata, nunca tive com nenhum dos dois uma relação tão próxima que me permitisse distingui-los.
Mas recordo-me perfeitamente dele.
Fiquei surpreendida. Mas senti-me, acima de tudo, orgulhosa.
Orgulhosa da minha geração. Orgulhosa de pessoas como este rapaz, terá mais ou menos a mesma idade que eu, que não temem o preconceito nem e a discriminação e assumem, perante o Mundo, o amor por alguém, não se coibindo de manifestar, em público, carinho, de trocar olhares cúmplices e de caminhar, lado a lado no passeio, segurando-se pela mão.
Afinal, não é isto que fazem os apaixonados?...
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Peixe cru, hiamy
Nunca tinha reparado.
Estive a lê-lo, com toda a atenção, e fiquei a saber, por exemplo, que o sushi não se come com as mãos.
Entrei imediatamente em pânico porque aquilo que mais gosto de comer no japonês é temaki, que como, naturalmente, à mão.
Sosseguei, depois, porque afinal o temaki é mesmo para comer à mão.
Parece que quase tudo o resto tem de ser comido com pauzinhos e nunca à dentada. É enfiar tudo na boca como se não houvesse amanhã. E com a parte do peixe virada para a língua.
Isto vem lá tudo explicado, detalhadamente.
Sou, depois disto, uma pessoa muito melhor preparada para a vida, em geral, e para o sushi, em particular.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Andar na rua
As pessoas que se conhecem, os conhecimentos que se adquirem, as experiências que é possível viver, são outros dos aliciantes da profissão.
Mas o melhor mesmo, aquilo que é tão peculiar e tão característico das lides, é esse acto a que tão dignamente chamamos “andar na rua”.
“Andar na rua” é o melhor de tudo.
“Andar na rua”, a correr atrás da estória ou a deixar que a estória nos persiga, equivale a ter pouco tempo para escrever.
“Andar na rua” é forçoso, quando se quer fazer alguma coisa que preste, em termos de jornalismo.
Mas depois de “andar na rua”, é preciso escrever textos e quando se anda muito na rua, o tempo para escrever textos é menos, logo, o trabalho acumula-se.
É o que me está a acontecer, basicamente.
No meu gravador repousam duas entrevistas feitas esta semana, que tenho obrigatoriamente de voltar a ouvir e transcrever.
No meu bloco de notas descansam os apontamentos relativos a uma inauguração mais uma data de outras pequenas coisas, à espera de serem traduzidos e transformados em textos.
Ainda assim, adoro “andar na rua”.
Porque a profissão tem este dado sublime – os jornalistas convivem muito.
Porque as esperas são, muitas vezes, prolongadas, sair em reportagem equivale a encontrar colegas – aqueles de quem se gosta muito e aqueles de quem não se gosta nada, claro – e a passar sempre algum tempo na conversa, a rir, a contar anedotas, a queixarmo-nos da vida, a fazer amigos e a aprender. Sim, sobretudo a aprender. Ou não…
A verdade é que gosto destas esperas.
Destes preliminares.
Até porque na maior parte das vezes são bem mais estimulantes que o acto em si.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
E agora para algo completamente…
Mesmo antes de anunciado que o Al Gore tinha ganho [a meias] o Prémio Nobel da Paz, as minhas atenções já estavam viradas para as alterações climáticas.
Sim, pode dizer-se que sou uma gaja muito à frente.
Na realidade, não sou só eu.
As alterações climáticas andam na boca de toda a gente, mesmo na de quem não faz a mínima ideia de quem é o Al Gore ou sequer do que terá feito para merecer o Prémio Nobel [e um Óscar].
Algo se está a passar neste Planeta, de facto.
Se não neste Planeta, pelo menos em Portugal está, de certeza, a acontecer qualquer coisa de muito estranho com o clima.
Fruto das oscilações bruscas de temperatura entre a manhã e a tarde, fruto deste calor doentio que nos tira toda a qualquer vontade de conhecer a colecção Outono-Inverno 07, fruto das noites quentes que me obrigam a dormir com a janela aberta em Outubro, enfim, fruto de tudo isto, abateu-se sobre mim uma grandessíssima carraspana!
Estou constipada, logo, impossível de aturar!
Está um calor desgraçado e eu vou para casa beber chá de limão com aguardente.
Diz que é tiro e queda.
Que amanhã acordo como nova.
E a ressaca cura-se depois.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Right to be wrong
Recupero a calma e a consciência na ressaca de alguns dias (noites) mal dormido(a)s, de alguma (muita) ansiedade, de um nervoso que corroeu por dentro devagarinho até me fazer desabar numa torrente de lágrimas.
Às vezes faz falta.
Apaziguo-me, agora.
Mas às vezes faz falta.
O ‘porquê’ é o que menos interessa, agora. Uma espiral de emoções fortes, de decisões mal ponderadas, de riscos que, afinal, não era absolutamente necessário ter corrido, resultaram numa monstruosa dor de cabeça que me toldou o raciocínio durante todo o dia de segunda-feira.
Mania de que sou infalível.
Não sou.
Chega o dia em que o fracasso tem de ser assumido.
Não seria motivo para tanto, dizem-me, e eu sei.
Mas já experimentaram chorar durante quatro ou cinco horas seguidas?
Faz doer os olhos e os ossos da cara.
Tudo porque tomei uma má decisão. E admiti-lo, olhando-me ao espelho, não foi fácil.
Depois faltava o meu marido. ‘A 2500 quilómetros não posso ajudar-te’, disse-me. Coitado, longe, e eu a dar trabalho. Surpreende-me muitas vezes com as provas de amor que me dá. Voltou a fazê-lo, mesmo longe, com o seu desmedido carinho, com a enorme atenção que me dedica.
Acorreram os ‘bombeiros’ do costume – Mãe, Pai, com letras maiúsculas, tudo aquilo que uns pais devem ser, eles são; mais as Amigas, pacientes, dedicadas, disponíveis, conselheiras, compreensivas.
O erro, não posso apagá-lo. Nem vou esquecer. Mas está remediado.
Serena-se a alma, retoca-se a maquilhagem, levanta-se a cabeça, segue-se em frente.
O meu marido voltou de viagem ontem. Agradeci aos Pais e às Amigas, pela sua infindável paciência. Dormi, ontem, o sono dos justos. Sinto que tudo voltou a encaixar, tudo voltou a entrar nos eixos.
Não fui feita para estas montanhas-russas emocionais, para estes turbilhões sentimentais. Fui feita para as rotinas e para os lugares-comuns.
Mas também tenho direito a errar, once in a while…
“I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
I'm flesh and blood to the bone
I'm not made of stone
Got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down too long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
Got a right to be wrong
So just leave me alone
You're entitled to your opinion
But it's really my decision
I can't turn back I'm on a mission
If you care don't you dare blur my vision
Let me be all that I can be
Don't smother me with negativity
Whatever's out there waiting for me
I'm going to faced it willingly
I've got a right to be wrong
My mistakes will make me strong
I'm stepping out into the great unknown
I'm feeling wings though I've never flown
I've got a mind of my own
Flesh and blood to the bone
See, I'm not made of stone
I've got a right to be wrong
So just leave me alone
I've got a right to be wrong
I've been held down to long
I've got to break free
So I can finally breathe
I've got a right to be wrong
Got to sing my own song
I might be singing out of key
But it sure feels good to me
I've got a right to be wrong
So just leave me alone”
Joss Stone, ‘Right To Be Wrong’
PS – Ainda agora prometi ao meu amigo APN que faria menção do seu aniversário. E faço. Faço menção e faço-lhe uma enorme vénia [o meu nariz está a tocar nos joelhos neste momento… ainda que isso não seja difícil para ele (o nariz)] por ser, simplesmente, quem é. Parabéns ao amigo. E a nós, todos, por continuarmos a telefonar-nos nos dias de aniversário, after all these years. :)
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Some things never change…
Porque me consola a alma quando um amigo dá à costa. Mesmo atrasado, mesmo que eu já lhe estivesse a rezar pela pele [e que bem se aplica ao meu amigo católico esta expressão…], e sobretudo porque já me tinha carpido a um outro amigo, já me tinha lamentado, porque o sentia esquivo e frio, de há uns tempos para cá.
“Isso passa, é impressão tua”, disse-me o outro amigo, aquele a quem me queixei.
Não era, tenho a certeza, impressão minha.
Mas passou.
Sexta-feira deu à costa, ainda que para me dizer que tinha estado no concerto dos Police, onde eu também estive, e para constatar que não nos tínhamos encontrado.
Foi um telefonema de aquecer o coração, uma daquelas conversas que é tão bom ter de vez em quando com os amigos de há muitos, muitos anos mas que não vemos há muito, muito tempo.
Para ter a certeza que são os mesmos, e nós também, que afinal as coisas mudam, mas não mudam assim tanto como isso, para nos lembrarmos, para confirmarmos o porquê de termos gostado [e gostarmos ainda] tanto daquela pessoa.
Tudo isto pode aplicar-se, se bem que com pequenas adaptações, ao encontro que tive mais tarde, nesse mesmo dia, com um outro amigo.
Amigo de há menos tempo, é certo, mas que espero o seja para sempre.
Pode haver quem estranhe, que eu seja tão grata, e que me sinta tão feliz?
Não pode, não pode mesmo.
As melhores pessoas do Mundo fazem parte da minha vida.
E por isso eu só posso, mesmo, dar graças!
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
De cada vez que respiras...
E eu lá.
Muito bonito.
Gostei de tudo, de todas. Mas acho que a que mais me tocou foi esta. Linda, na voz do Sting.
Every Breath You Take
Every breath you take
Every move you make
Every band you break
Every step you take
I'll be watching you
Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you
Oh, can't you see
You belong to me
How my heart aches with every step you take
Every move you make
Every vow you break
Every smile you fake
Every smile you fake
I'll be watching you
Since you've gone I been lost without a trace
I dream at night, I can only see your face
I look around but it's you I can't replace
I keep crying, baby, please
Every move you make
Every vow you break
Every smile you fake
Every claim you stake
I'll be watching you
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Mudanças...
Isto é mau por uma série de razões, sendo que a mais importante das quais é o facto de ter sido feito contra a nossa vontade.
E quando uma gaja faz uma coisa a contra gosto, já se sabe, há problemas…
No meu caso pessoal, fui ‘transferida’ para uma das salas do mesmo edifício onde trabalham colegas de outro departamento, aos quais digo ‘bom dia’ e boa tarde’ todos os dias e pouco mais.
Estou a utilizar um computador de outra pessoa, não tenho acesso a nenhum dos meus documentos ou pastas pessoais, consigo aceder ao meu e-mail e pouco mais.
Toda a minha papelada descansa aqui ao meu lado, dentro de duas caixas, giríssimas, diga-se, que providencialmente comprei ontem no Ikea.
Em cima da secretária tenho: uma pen, os meus óculos de sol, o telemóvel e pastilhas elásticas. Tudo o resto não me pertence.
A minha planta [a que me acompanha desde que vim para cá trabalhar] também está aqui ao lado, muito bem posicionada, por sinal, junto à janela, com vista para a frente do edifício.
O gabinete é agradável, os colegas [que não estão na mesma sala, mas numa sala anexa – vejo-os porque a porta que nos separa está aberta] são muito hospitaleiros, disseram-me que podia abrir ou fechar as janelas [são duas, o que até é muito bom] e imploraram-me para que me sentisse à vontade.
Na realidade, as primeiras horas foram penosas mas agora até me estou a sentir bem…
Se calhar amanhã trago uns CD’s para ouvir aqui… É que não há sequer um rádio e faz falta uma musiquinha… Pois é, vendo bem as coisas isto é muito agradável… afinal não se está aqui tão mal como isso…
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Sobre mim (para variar...)
Sim, eu sofro muito, sim, eu sou o verdadeiro Calimero.
Entretanto aconteceu tanta coisa e eu tinha, como sempre, tanto para dizer acerca de todos os assuntos mas, infelizmente, não tive tempo de despejar aqui as minhas opiniões, e Deus sabe que tenho muitas.
Sabe Deus e sabe o meu marido porque se é verdade que não tenho tido muito tempo, ainda tenho conseguido ir jantar a casa (às vezes, na realidade) e quando isso acontece é ele que me ouve, porque eu tenho, acreditem, sempre muito para dizer.
Na realidade, comentava outro dia com uns amigos que jantaram lá em casa [sim, apesar de tudo tenho tempo para ser uma anfitriã acima de qualquer suspeita] que o meu marido já desistiu de me perguntar como correu o meu dia.
A coisa acontece da seguinte forma: sentamo-nos para jantar e eu pergunto “como é que correu o teu dia”, ao que o meu marido invariavelmente responde “correu bem”. Excepção feita a dias mesmo muito maus, ou mesmo muito bons, a resposta do meu marido é esta, “correu bem”.
Ora, houve tempos em que ele perguntava “e o teu?”. Houve tempos. Desistiu. Porque se ele pergunta, eu falo durante duas horas, ininterruptamente, porque todos os meus dias são, graças a Deus, muito preenchidos. Se ele não pergunta, eu própria me adianto, dizendo qualquer coisa do género “bem, eu sei que não estás muito interessado, mas a mim hoje aconteceu-me uma que nem vais acreditar, blá, blá, blá, blá…”.
No fundo, é fácil lidar comigo. Ouçam-me. Não me contrariem. Não me ignorem. Não me interrompam. Suportem a minha música. Observem-me enquanto danço pela casa. Elogiem a minha comida. E todos os meus outros incontáveis dotes. Façam-no e têm uma amiga para a vida. :-)
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Só para dizer...
Podemos ficar em Agosto durante mais umas semaninhas, podemos?
Era bom.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Activismo?
Fui comprando o ‘Expresso’, que me divertiu, sobretudo, graças às notícias que deram conta da passagem de Marques Mendes pela Madeira de Alberto João Jardim.
Surreal, o relato do episódio em que, no momento em que deixou de avistar Marques Mendes, Jardim se referiu a ele como um ‘sacana’ tão ‘pequenino’ que ‘nem se vê’.
Lindo.
Mas foram as imagens do que aconteceu em Silves no campo de milho transgénico que me chocaram mesmo.
Independentemente das motivações dos ‘activistas’, a praxis da coisa resultou, na minha opinião, muito mal, fazendo com que, aos olhos da generalidade de opinião pública, tivessem, pura e simplesmente, perdido a razão, sendo que saber se a detinham antes é, de si, discutível.
Os argumentos em detrimento da transgenia podem ser até muito válidos, mas aquele grupo de pessoas tornou-se, do meu ponto de vista, num grupo de arruaceiros, sem qualquer respeito pelas leis de um Estado de Direito como Portugal (ainda é, suponho), pela propriedade privada e pelas liberdades individuais.
Isto dito assim já é mau.
Mas as imagens, as imagens é que me fizeram arrepiar, verdadeiramente.
Ver a nossa casa ser invadida por estranhos já será mau, mas vê-los a destruir, de forma primária, como se fossem macacos presos na cadeia da evolução, aquilo que nos pertence, simplesmente porque acham que essa atitude vai, de alguma forma, chamar a atenção para uma causa que defendem, alguns, tenho a certeza absoluta disso, sem sequer saberem muito bem porquê, será certamente horrível.
O Mário Crespo, notoriamente indignado com o que se passou, conduziu de forma brilhante (como é aliás seu apanágio) entrevistas às quais tive oportunidade de assistir, no Jornal das 9, e a este propósito, ao ministro da Agricultura, ao Francisco Louçã e também ao senhor que se identifica como porta-voz do movimento Verde Eufémia.
Porta-voz político, atenção, porque ele não sujou as mãos nas maçarocas.
Diga-se de passagem que o rapaz deve ter saído do estúdio onde decorreu a entrevista a rastejar, porque o Mário Crespo não lhe deu a mínima hipótese. Foi o que se chama um ‘baile’, do início ao fim da entrevista.
O jovem, que lá deve ter as suas aspirações políticas, não estava, certamente, preparado para um ‘mano-a-mano’ com um portento como é o Mário Crespo.
Podia jurar que o ouvi a sair de cena a ganir e com o rabinho entre as pernas.
Contradisse-se de tal forma que a páginas tantas quase senti pena dele.
Mas recompus-me depressa.
Depois do que aconteceu em Silves, falei a respeito com os meus Pais e pedi-lhes que me explicassem, como se eu fosse muito burra, o que pode levar um agricultor a optar pelo cultivo de transgénicos.
Explicaram-me que a principal característica dos transgénicos é serem muitíssimo mais resistentes a pragas e que isso não é de todo novidade, parece que há muitos e muitos anos processos semelhantes são postos em prática nas videiras.
Foram os meus Pais que me explicaram e eu fiquei esclarecida.
Nesta matéria, como em tantas outras, parece que não existem certezas absolutas. Vantagens e inconvenientes do cultivo de transgénicos equilibram-se, ao que parece, nos pratos da balança.
Mas adiante. Não vou entrar por aí. Não quero conceder àquele grupo de pessoas o mérito de terem trazido a debate público a questão da transgenia.
Não quero fazer parte de uma sociedade em que valha a máxima ‘os fins justificam os meios’.
Nem de uma geração que procura fazer valer a razão dos seus argumentos de forma selvagem e violenta.
Nem de uma esquerda que patrocina actos ilegais sob a capa de um alegado simbolismo.
Se a ideia era ter lá as estações de televisão, tivessem ido nus plantar-se no meio de um campo de milho transgénico.
Rabos de activista ao léu. Camera loves it.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Memories...
Pensavas que ias regressar ao trabalho e que ia ser tudo muito cool, tudo muito devagarinho, uma semaninha de habituação, para desentorpecer o cérebro, e tal… pensavas, não pensavas?
Pois parece que te enganaste, amiga…
Primeira semana pós-férias e já estou desejosa que chegue o fim-de-semana…
Atoladinha em tarefas mesmo urgentes e em pedidos de gente que – vá-se lá saber porquê – não parece disposta a esperar muito, resta a recordação… a lembrança, por exemplo, do ESPECTACULAR livro do Mário Vargas Llosa (mais um) que li durante as férias (Os Cadernos de Dom Rigoberto), dos incontáveis almoços e jantares na praia, quase, quase, com os pezinhos dentro de água, dos milhares de mergulhos, da música dos Orishas como banda sonora, ou até deste dia, em que choveu na praia dos Três Castelos e que, apesar disso, não deixou de ser perfeito….
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Meio gás
Estava longe de um computador ligado à Internet no dia 9 de Agosto mas lembrei-me, e não posso deixar de assinalar, que o meu blog já leva um ano inteiro de existência!
Parabéns para mim, portanto.
Volto para contar acerca das maravilhosas e retemperadoras férias assim que acabar de bocejar… ai que preguiça…
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Vacaciones :-)
Chamem-me fútil, que eu aguento.
Descobri um protector solar que promete ‘queimar’ a celulite, ao mesmo tempo que me protege dos escaldões.
Isto é lindo!
Já comprei.
Está a um passinho de saltar para dentro da minha mala de férias.
Lá dentro, vai fazer companhia aos 382 cremes e produtos de beleza que me acompanham para onde quer que vá [já escrevi aqui uma vez que isto é um sinal claríssimo de que estou a ficar velha…], aos biquinis, que também comprei este ano, aos vestidos, aos calções, às sandálias, às havaianas, aos tops, às saias e às calças de ganga.
Já fui arranjar as mãos e os pés também.
Falta-me comprar leitura para as férias. Um levezinho, tipo Margarida Rebelo Pinto [e não o digo em tom depreciativo, atenção!] e um outro mais denso, tipo Lobo Antunes, para ver quantos dias duram.
Tenho de aproveitar as férias para me dedicar aos livros, sinto-lhes a falta. Ler de empreitada é uma coisa típica de férias. A praia é óptima para se ficar a ver quem passa, sem pensar em absolutamente nada, mas isso só é pouco.
Outra coisa que faz parte da minha lista de compras são umas cadeiras de praia, daquelas baixinhas em lona. Muito mais confortável que ler deitada, não há posição que se aguente.
Posto isto, acho que só fica mesmo a faltar-me o novo CD dos Orishas, que vai ser a banda sonora da viagem de carro até ao Algarve.
Vou mesmo de férias. Volto muito bronzeada e muito relaxada, se Deus quiser.
Esta ‘cheira’ a Verão… boa para dar ao pezinho na praia… A minha parte favorita está a bold… :-)
«There's a place I've never been
A place I long to be
Will I reach? I just don't know
Still I hope one day I'll go, hey
My wish just never seems to come, yeah
I know for certain you're the one, yeah
So close I get, still no cigar
Carrying my wounded heart, yeah
I can't stop the river from running, I can't, I can't
I can't stop the rain from falling down on me, oh no no
I know I'm not what you want
I'm hoping in time you'll see how
My soul pleads for you
Not every time you meet someone and
You both just click in a minute
Baby it's the eye contact, smile like that
Click click and you're rolling
Can't stop calling you, I don't know what to do
Baby you're making me break down all of my rules, yeah
I can't stop the river from running, (I can't stop the river from running)
I can't stop the rain from falling down on me, oh no no
I know I'm not what you want
I'm hoping in time you'll see how
My soul pleads for you, (yeah, yeah, yeah)
Now I can believe you've put a spell on me
Oh it's the way it seems, I can't keep you out my dreams
Oh I get chills baby, when I can't talk to you
I'm in pain and I hope you feel the way I do
I can't stop the river from running, (I can't stop the river from running)
I can't stop the rain from falling down on me, oh no no
I know I'm not what you want
I'm hoping in time you'll see how
My soul pleads for you, (yeah, yeah, yeah)
I know for certain you're the one baby
So close, and no cigar
I carry this, my wounded heart
So close but yet so far»
“My soul pleads for you”, Simon Webbe
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Já não sou quem era
1) A deixa “vai ter comigo ao camarim, tenho um jacuzzi só para mim” é a minha preferida de todas as músicas deste Verão. Como se costuma dizer, dá-me graça, o que hei-de eu fazer. É parvo? Sim, é parvo, mas não consigo evitar sorrir sempre que a ouço, dita pelo Boss AC, na música em que faz parelha com o Akon.
É que além de ser uma belíssima deixa de engate, passível de ser utilizada por qualquer artista (ou não…), é dita num tom imperativo, não como um convite, mas como uma ordem. Isto dá-me graça.
Depois, pode ser facilmente adaptada. Tipo “vai ter comigo a minha casa, tenho um jacuzzi que é uma brasa”. Parvo?... Então e “vai ter comigo ao meu lar, tenho um jacuzzi de encantar”… Muito parvo?... “vai ter comigo ao meu apartamento, tenho um jacuzzi que é um tormento”… Também não?...
2) Permito-me dizer todas estas idiotices porque estou mesmo esgotada e a precisar de descanso. É compreensível, quando faltam poucos dias para as férias.
Por outro lado, tenho andado melancólica e ansiosa, ao ponto de ontem me ter ocorrido [isto para que se perceba o quanto eu merecia ser internada num hospício] que às vezes me revejo toda nas palavras do genial Variações…
«Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só
Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só
Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou»
terça-feira, 24 de julho de 2007
Pré-férias
"Last Night", Diddy feat. Keyshia Cole. É muito boa onda. :-)
[Diddy:]
Last night,
I couldn't even get an answer.
Tried to call,
But my pride wouldn't let me dial.
And I'm sitting here,
With this blank expression.
And the way I feel,
I wanna curl up like a child.
I know you can hear me
I know you can feel me
I can't live without you
God please make me better
I wish I wasn't the way I am
[Keyshia:]
If I told you once, I told you twice,
You can see it in my eyes.
I'm all cried out,
With nothing to say.
You're everything I wanted to be.
If you could only see,
Your heart belongs to me.
I love you so much, I'm yearning for your touch.
Come and set me free,
Forever yours I'll be,
Baby won't you come and take this pain awayyyyy.
[Diddy:]
Last night,
I couldn't even get an answer.
Tried to call,
But my pride wouldn't let me dial.
And I'm sitting here,
With this blank expression.
And the way I feel,
I wanna curl up like a child.
[Keyshia:]
I need you,
And you need me.
This is so plain to see,
And I will never let you go and,
I will always love you so.
I will...
If you could only see,
Your heart belongs to me.
I love you so much, I'm yearning for your touch.
Come and set me free,
Forever yours I'll be,
Baby won't you come and take this pain awayyyyy.
[Diddy:]
Last night,
I couldn't even get an answer.
Tried to call,
But my pride wouldn't let me dial.
And I'm sitting here,
With this blank expression.
And the way I feel,
I wanna curl up like a child.
[Diddy:]
Tell me the words to say,
To make you come back,
And work me like that.
And if it matters I'll rather stay home,
With you I'm never alone.
Don't want to wait till you're gone,
Let me be, just don't leave me.
[Diddy:]
Last night,
I couldn't even get an answer.
Tried to call,
But my pride wouldn't let me dial.
And I'm sitting here,
With this blank expression.
And the way I feel,
I wanna curl up like a child.
[Keyshia:]
I need you,
And you need me.
This is so plain to see,
And I will never let you go and,
I will always love you so.
I will...
If you could only see,
Your heart belongs to me.
I love you so much, I'm yearning for your touch.
Come and set me free,
Forever yours I'll be,
Baby won't you come and take my pain awayyyyy.
[Diddy:]
Last night,
I couldn't even get an answer.
Tried to call,
But my pride wouldn't let me dial.
And I'm sitting here,
With this blank expression.
And the way I feel,
I wanna curl up like a child.
[Keyshia:]
I'm so alone I'm soooo lonelyyyyy,
Why don't you pick the phone,
And dial up my number,
And call me a baby,
I'm waiting on you.
Why don't you pick the phone,
And dial up my number,
Just call me a baby,
I'm waiting on you.
[Phone dialing and ringing]
[Diddy:]
Hello
Hey waz-up
I've been tryin' to reach you all night
That shit ain't funny not picking up the mutha fucking phone
Better stop fucking playing with a nigga's feelings like that
You know how much I love you though right?
But for them couple of seconds though,
When I couldn't get in touch with you.
I'm ready to come over your house and shoot that mutha fucker up
You better fucking not be there when I get over that house
[laughing]
That's really how it goes down right?
terça-feira, 17 de julho de 2007
31, mas ninguém diria...
Hoje impõem-se os parabéns. À minha amiga i., que faz anos, e ao seu mais-que-tudo. o p., pelo espectacular almoço que confeccionou para um grupo de quatro loucas (mais a i.) e exigentes gourmets.
Uma salva de palmas. Para os dois.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
A melhor
Numa segunda-feira cinzenta e chuvosa, nada melhor que recordar um sábado fabuloso, sem ponta de vento, na melhor praia do Mundo [por ser aqui tão perto, porque se chega lá num instantinho, porque é bonita, mesmo, porque a areia está limpinha e a água é azul como em nenhuma outra]. Cresmina. Guincho. Que bem que se esteve…
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Cansada, mas com estilo...
End of story.
Mas tenho um bronze de fazer inveja.
É que tenho tido muito “serviço externo”. ;)
Muito trabalho. Mesmo.
À noite, em casa, tenho procurado abstrair-me, coisa que só consigo fazer passadas para aí duas horas depois de meter a chave à porta, porque esse é o tempo que demoram a baixar os meus níveis de adrenalina.
Quando isso acontece, refastelo-me a ver a novela.
E o que de melhor podia acontecer na minha telenovela favorita do que, finalmente, e depois de para aí cinco ou seis anos (anos ficcionais, claro) de se terem conhecido [e apaixonado], e depois de eu ter andado para aí um milhão de episódios a torcer para que se ‘enrolassem’, a ‘Isabel’ e o ‘Renato’ terem consumado o amor que os une.
Eu, pessoalmente, bati palmas.
O meu marido, um dia destes, interna-me.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Não é que eu pretenda…
A mim, pelo menos, ainda não conseguiram convencer-me das virtudes do documento.
Mais em movimentoinformacaoliberdade.blogspot.com.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
The wind is calling
Cascais acolhe, por estes dias, o Campeonato do Mundo de Vela Olímpica.
O evento contribuiu para trazer muita gente e, sobretudo, muita animação à minha terra.
Já tinha dado conta do movimento fora do comum, tanto em terra como no mar. No fim-de-semana passado a baía estava repleta de velas brancas, um cenário muito, muito bonito.
Mas o que me impressionou mesmo, e me encheu de orgulho, foi o que me aconteceu ontem ao final do dia.
Depois do trabalho, passei pelo Jumbo, para me abastecer de jantar. Fiquei estarrecida com a quantidade de gente de todas as nacionalidades e etnias que se passeava pelos corredores do supermercado.
Reconhecem-se, facilmente, pelo tom de pele dourado que exibem [inveja!], pela compleição física [mais um bocadinho de inveja…] e, mais óbvio ainda, pelas t-shirts alusivas ao campeonato.
Muito giro, o ambiente em torno de uma prova desta dimensão, que me fez sentir muito orgulho de ser cascalense [não de nascimento, porque sou oeirense, com muito gosto, mas de adopção] e que me fez apaixonar um bocadinho mais pela terra lindíssima onde tenho a sorte de viver!
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Lindos!
Agora vou para casa dar guinchos em frente à televisão, OK?
[não formam o casal mais fixe de sempre? formam, não formam?]
O que é, alguma coisa contra telenovelas!?! LOL
Ele há amizades do caraças!
Obrigada, amiga, pelas “Tatuagens” de Mafalda Veiga em dueto com o Jorge Palma [génio!], e sobretudo obrigada por seres quem és, por me aturares, por estares sempre por perto, por teres estado sempre, por seres a guardadora dos meus segredos e por me confiares os teus. Encontramo-nos ao pequeno-almoço. ;)
«Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti
Fazes pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar
Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim
Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão
Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti
Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar
Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim
Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão»
terça-feira, 3 de julho de 2007
Eu, a Dra. Phil...
Nem sempre é fácil, esta coisa de compartilhar a vida com outra pessoa. ‘A vida’, entendida na sua globalidade, e partilhá-la com alguém, com tudo o que isso acarreta.
Nada a este nível é passível de simplificação.
Poucos são os que ficam sozinhos. Mesmo os que já passaram pela experiência – e tiveram uma má experiência – voltam, em geral, a procurar os pés de outra pessoa no fundo da cama.
É assim que funciona. Porque nos faz falta a companhia, porque precisamos de ser amados, porque precisamos de amar, porque queremos tratar de alguém ou queremos alguém que trate de nós… podia continuar, por aqui fora, enunciando os motivos que nos levam a tomar a decisão.
Tomamo-la. E depois? Bem, depois…
Depois vem tudo o resto.
Eu posso falar de cátedra, pelo pouco tempo que passei ‘sozinha’. Deve ser uma espécie de síndroma do filho único. Detestei, como bem se sabe, ser filha única. Mas fui. Sou. Tendencialmente egoísta (?).
Dizia que passei pouco tempo ‘sozinha’, no sentido em que dei pouco tempo de intervalo entre uma relação e outra.
Terminada uma, pensava ‘agora, vou viver a minha solteirice à grande e à francesa’.
Qual quê!
Quando dava por ela já tinha um amigo especial a rondar-me a porta. E assim começavam mais quatro anos de namoro.
Se calhar tinha-me feito falta ter menos namoro. Ser mais biscateira. Mas nunca me deu para isso. As relações corriam-me bem. Correram-me sempre bem. Talvez por ser fácil conviver comigo. Não posso armar-me em falsa modesta. Tenho tendência para o longo prazo, já o escrevi aqui. As pessoas que entram na minha vida permanecem. E, bolas, devo ter algum mérito nisso, ou não?...
A questão, que talvez algumas pessoas ainda não tenham entendido, é que os relacionamentos que envolvem afecto entre pessoas requerem entrega, na mesma medida em que requerem disponibilidade para receber.
A minha [regra geral] boa disposição ajuda, mas também tenho os meus maus dias.
Tentei, há uns tempos, dar uns conselhos a um amigo prestes a casar. Certamente ignorou-os. Eu desculpo-o. ;)
Regra número 1: espaço. Na minha perspectiva, o sucesso da vida em comum depende, em grande medida, do respeito pelo espaço de cada um. Espaço físico e não só.
Espaço, em todas as esferas da vida de um casal.
Espaço para o que é nosso. Espaço para os nossos pensamentos. Espaço para a nossa família. Espaço para os nossos amigos. Espaço partilhado pelos dois. Espaço para o nosso trabalho. Espaço para os nossos hobbies. Espaço para as nossas fantasias. Espaço na cama. Disso não abdico, OK? Preciso de dormir bem para viver bem e a minha metade da cama é só minha, pelo menos enquanto eu lá estiver! :)
As tarefas domésticas fazem parte do meu espaço. Chamem-me antiquada, que eu aguento. Costumava dizer que não queria ter um marido que agisse como o meu querido Pai em relação à lida doméstica.
Agir como o meu Pai significa NÃO AGIR.
Mas o que é certo é que impus quase automaticamente as tarefas domésticas como sendo o meu espaço. Porque me dá prazer. Lamento, mas é assim mesmo.
O meu marido não faz o jantar e não arruma a cozinha. O meu marido não põe a roupa a lavar, não a estende e não a passa a ferro. O meu marido não aspira e não limpa a casa de banho. Porque eu não quero, OK? [feministas, mandem abater-me!]
O meu marido faz a cama, quando tem tempo, algo que eu agradeço, e faz café, depois do jantar, todas as noites. Mas se de repente ele começasse a substituir-me em todas as tarefas domésticas sei, tenho a certeza, que começaria a sentir-me inútil, dispensável.
Afinal, para ser a mulher da casa estou lá eu, ou não?
Esta é só uma pequenina parte da história.
Ligar a aparelhagem no máximo e dançar até me doerem as pernas também faz parte do meu espaço. Vibrar com os romances das telenovelas da SIC, gritar e bater palmas quando o ‘Renato’ e a ‘Isabel’ [personagens de ‘Páginas da Vida’, OK?], se beijam, faz parte do meu espaço.
Comprar mil e uma merdas absolutamente desnecessárias para decorar a casa, encher a varanda de vasos com sardinheiras, trancar-me na casa de banho durante duas horas enquanto faço a depilação e me besunto de máscaras e cremes, sair com a minha Mãe e com as minhas amigas e voltar a casa carregada de sacos de compras, fazer serão no trabalho porque gosto mesmo daquilo que faço, ter a roupa metodicamente organizada no guarda-vestidos e nas gavetas, falar sozinha, rezar à noite, antes de dormir, programar o despertador para tocar 15 minutos antes da hora a que realmente preciso de me levantar, chorar quando me apetece, tudo, tudo, tudo isto faz parte do MEU espaço.
Se é fácil, aturar-me?
Suponho que sim. Porque o meu sorriso também preenche muito espaço. E sou especialista em obter sorrisos de volta.
Smile, you're being videotaped... (parte II)
Trata-se de uma enfermidade que afecta os músculos faciais e que, na prática, faz com que os que dela padecem sejam incapazes de esboçar um sorriso.
Impressionou-me de tal forma que fiquei colada à televisão do início ao fim da reportagem, com os olhos marejados de lágrimas.
Não foram lágrimas de pena, não, nada disso.
O que se apoderou de mim foi um sentimento de gratidão tão grande, mas tão grande, mas tão grande… Gratidão pela capacidade de sorrir que, felizmente, temos e que, tal como pretendi expressar no post de há dias atrás, por vezes nos esquecemos de utilizar.
Um dos entrevistados, um jovem espanhol afectado pelo referido síndroma, falava sobre a incapacidade de sorrir de uma forma que fez com que se me arrepiassem os pelinhos dos braços.
Dizia, ele, que num Mundo em que a grande maioria dos sorrisos que vemos são falsos, o mais importante não é sorrir por fora, é sorrir por dentro.
Sábias, as palavras de quem não pode sorrir.
Não porque não tenha motivos para o fazer.
Simplesmente porque não pode. Não é capaz.
Nós, que somos, estamos à espera de quê para sorrir mais?...
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Muda o teu Mundo
Ora isto era exactamente o que eu precisava para exercitar os meus [já de si magníficos] dotes vocais, bem conhecidos de todos os que me rodeiam e, sobretudo, do meu marido.
O meu marido, que sabe reconhecer um talento em potência quando está na presença de um, diz que eu canto bem.
Diz, quando lhe pergunto, insistentemente. Diz, quando coagido. Diz, quando chantageado. Diz, quando ameaçado de violentos ataques à sua integridade física e mesmo psicológica. Mas diz. Essa é que é essa.
Parece-me que eu seria uma pessoa um nadinha mais feliz se possuísse uma colecção destas.
Já me estou a ver em pé, no meio da sala, de microfone na mão, a receber as ovações entusiasmadas do público.
[sendo que o público será o meu marido, para que este cenário passe, algum dia, de imaginário a real, terei de o embriagar muito bem embriagado]
Enquanto não possuo esta pequena maravilha, canto, mesmo sem o suporte do karaoke, e que bem que eu canto, esta musiquinha dos Da Weasel, que é muito gira, mas muito gira mesmo.
Chama-se “Mundos mudos”. A letra é muito boa. Note-se a referência ao pretérito mais-que-perfeito, uma associação que aqui a menina também fez, aqui mesmo, no blog. Está ali ao lado, vêem, nos arquivos…
«Ligo directo para a caixa de correio
só para ouvir a tua voz,
Sei que é cena fora mas todo o dia chega a hora
em que o lado esquerdo chora quando se lembra de nós
A vida corre tranquila, cada vez menos reguila
meto guita de parte e a cabeça não vacila tanto
Para minha alegria e meu espanto
pode ser que o passado fique por onde deve estar
No pretérito imperfeito, já que não é mais-que-perfeito
Este é um presente que eu aceito
para atingir a tranquilidade
que supostamente se atinge com a nossa idade
A verdade é que a saudade do que passou
não é mais que muita...
Mas por muita força que faça
ela passa por saber que te vivi
Tu deste tudo e eu joguei, arrisquei e perdi
Agora,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu Mundo que eu mudei o meu.
Cada vez que eu ligo tento deixar mensagem
mas acabo por nunca arranjar a coragem
Necessária
Gostava apenas de partilhar contigo o quotidiano
habitual
Nada que se compare com as correrias
doutras alturas e doutros abismos
E já que falo por eufemismos
Gostava de dizer que ainda gosto bastante de ti
A casa tá diferente, parece digna de gente
Dá gosto sentar no sofá com a TV pela frente
Comprei uma máquina de café
XPTO, bem bonita, azul bebé
Ocasionalmente cozinho e bebo o meu vinho
E esqueço o fumo que nos dava aquele quentinho
Hoje em dia é mais à base do ar condicionado
Condicionei a tentação num clima controlado
Quero que saibas que tou bem, sei que tu mais ou
menos
Sempre gostaste de brincar em perigosos terrenos
Em relação a isso eu não sei o que fazer
E se calhar é por isso mesmo que acabo por não dizer
que
a verdade é que a saudade do que passou
Não é mais que muita
Mas por muita força que faça ela passa por saber que
te vivi...
Tu deste tudo e eu joguei, arrisquei e perdi
Agora,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu Mundo que eu mudei o meu»
quarta-feira, 27 de junho de 2007
IPAR? EPUL? EPAL?
De nada.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Smile, you’re being videotaped…
Comentávamos a postura de alguém que conhecemos, pessoa a quem raramente vislumbramos um sorriso.
Não lhe conhecemos motivos particulares para que tal suceda, é apenas uma daquelas pessoas de quem costumamos dizer que está sempre ‘de mal com a vida’.
Facilmente concluímos que a dita postura funciona como um repelente relativamente a toda e qualquer tentativa de aproximação amigável.
Li, há muitos anos, não sei onde, uma coisa que nunca mais esqueci. O esforço muscular dispendido quando fazemos ‘cara feia’ é brutalmente maior do que aquele que é necessário para esboçar um sorriso. Isto é científico, atenção. Um sorriso, sincero, equivale a descontracção dos músculos da cara. Faz o rosto mais bonito e afasta as rugas.
Motivos mais que suficientes, digo eu, para sorrirmos mais. Custa tão pouco.
Eu faço a minha parte, asseguro-vos.
Sorrio e recebo sorrisos de volta, porque esse é o efeito mágico de um sorriso. Atrai sorrisos. Um rosto sorridente emana boas vibrações e atrai boas energias.
Deve ser por isso que tenho tido a sorte de atrair tantas boas pessoas. A sério. Não é comum desiludir-me com as pessoas que se aproximam de mim. De um modo geral, boa gente.
E gente que permanece.
A efemeridade das relações humanas é uma coisa que me faz espécie. Conservo as mesmas amizades basilares desde há muitos, muitos anos e os amigos que entretanto fui fazendo permanecem na minha vida por muito tempo, graças a Deus.
Não faço de um ‘conhecido’ um ‘amigo’ do dia para a noite (ou vice-versa…) mas os que ascendem ao estatuto de meus amigos recebem a garantia de uma amizade que, se tudo correr bem, pode durar uma vida.
Isto explica também o facto de ter tido namoros longos. Nestas coisas das relações humanas, sou tudo menos oscilante. Sob a alçada da minha amizade cabe sempre mais um e neste caso será sempre bem-vindo quem vier por bem.
Mas de volta ao sorriso.
Não só é importante sorrir, julgo, como é importante fazer sorrir os outros.
Acredito que cada um de nós podia fazer disto uma espécie de cavalo de batalha. Eu já abracei a causa. Fazer sorrir alguém, pelo menos uma vez, ao longo do dia. Porque sorrisos atraem sorrisos, lá está. Esforço-me por fazer sorrir as pessoas à minha volta, todos os dias, porque sorrisos no rosto das pessoas de quem gosto são bálsamos para a alma. Verdade ou mentira?
Ontem dei o corpo ao manifesto na tentativa de fazer sorrir alguém de quem gosto muito e cujo sorriso me pareceu ensombrado por nuvens negras.
Não tenho bem a certeza se surtiu efeito, mas quero acreditar que sim. E se tiver sido o caso, ‘made my day’!
O pensamento do dia vai, por isso, para os sorrisos que todos temos obrigação de provocar nos outros. Gargalhadas allowed, once in a while!
E a propósito disto, uma música antiguinha que eu pura e simplesmente ADORO… Laugh’n’a half, dos DAD… alguém se lembra?...
«I learned politeness on my mother's knee
I learned by uprightness my number of friends
Should increase
When I think about the things I've done
I laugh out loud to no one
Yeah, to no one
'Coz it's so hard to meet the eyes that I see
When I try to open up my heart
There's something inside me'n'I know it's good
But understanding, it's misunderstood
At the end of a smile, there's a laugh n a half
But I became honest Mr. Mistaken
In spite of the curves my smile was makin'
Bumpers and kickers in one big stream
I grew up in a life size pinball machine!
Yeah! - They're mean!.
'Coz it's so hard to meet the eyes that I see
When I try to open up my heart
There's something inside me'n'I know it's good
But understanding, it's misunderstood
At the end of a smile, there's a laugh n a half
On my behalf
There's something inside me'n'I know it's good
But understanding, it's misunderstood
At the end of a smile, there's a laugh n a half
I tried to fill some silence
'Coz the silence feels so long
I knew the ice was gettin' thinner
But I kept skating on!
My mother threw me into this world as a winner
But by the light of the yellow beer
They tell the jokes I'll never get to hear!!
On my behalf
There's something inside me'n'I know it's good
But understanding, it's misunderstood
At the end of a smile, there's a laugh n a half
On my behalf
There's something inside me'n'I know it's good
But understanding, it's misunderstood
At the end of a smile, there's a laugh n a half
At the end of a smile, there's a laugh n a half
At the end of a smile, there's a laugh n a half
At the end of a smile, there's a laugh n a half
At the end of a smile, there's a laugh n a half»
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Ó p'ra mim com o Eddie Vedder
[o que é?!? Vê-se bem na imagem que é ele... de microfone na mão... é certo que estávamos para aí a um quilómetro de distância... mas ele estava lá... e eu também... esse é que é essa... espectáculo...]
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Divindade
O David Fonseca [sim, esse DEUS GREGO] cantou-me isto ao ouvido hoje. Na auto-estrada.
«I guess I was trying to keep me alive
But once I was dead there's was nothing to do beside
Picking me up and lying me down
Waiting for some angel
To wake me and say to me:
"Hello. Don't be scared. I want you to know, you're not dead."
Kiss me, is this a dream?
Should I believe it?
Please promise to me that I'm not going to get hurt this time
Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I get clinical or should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all the feelings
To raise from you»
terça-feira, 12 de junho de 2007
Saudades
Acho que se pode dizer que ando melancólica. É uma palavra de que gosto. Soa-me a qualquer coisa.
Não sei se de qualquer coisa que tive, se de qualquer coisa que não cheguei a ter.
Não sei se do passado ou do futuro que é ainda mais improvável que o passado em si mesmo.
Não sei se de mim se de outra pessoa.
Não sei se de um sentimento ou de uma fantasia.
Não sei se de possuir, mesmo, ou daquela sensação de que se possui o que realmente não se tem.
Mas andam a morder-me qualquer coisa cá dentro.
Deve ser o coração. Dizem que temos um cá dentro e que é ele que comanda.
Tenho-as e não me parece sequer que possam ser mortas, como se diz.
Apaziguadas, talvez, mas muito, muito fortuitamente, porque sinto-as a crescer de imediato, mal penso que as eliminei, de vez.
Certo, certo, só mesmo nada.
Ando cheia delas, pronto.
E o pior é que sei que bem me posso ir curar, porque não há sinais de melhoras.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
More like me
O mês de Junho é intenso, disso já sabia, mas este começou com uma intensidade fora do vulgar…
O dia 7 é um dia particularmente importante aqui para estas bandas. E para fazer jus à importância da data, estávamos aqui a trabalhar quando os ponteiros se juntaram nas doze, assinalando a hora zero do dia…
Foi um final de tarde, uma noite e uma madrugada de intenso trabalho, para que tudo corresse bem no dia seguinte.
Claro que tantas horas não foram suficientes e a labuta prolongou-se pela manhã e pela tarde seguintes.
Sobraram-me os minutos suficientes para ir a casa pôr-me janota e estar de regresso, ocupando a posição de “hostess” que me competia numa noite em que tudo podia ter corrido muito mal mas que, mais uma vez, acabou por ser um sucesso.
Ganham-se cabelos brancos aqui, mas no final tudo vale a pena.
Dei por mim, entretanto, a pensar em como tudo mudou ao longo dos últimos doze meses sendo que, apesar disso, tudo permaneceu igual.
Lembro-me bem do dia 7 de Junho do ano passado e é por isso que posso dizer que sou, hoje, uma pessoa diferente.
Bolas, as coisas que eu aprendi ao longo deste ano que passou! [será que aprendi mesmo?...]
No dia 8, tal como combinado, lá estivemos no Oeiras Alive.
Para descomprimir, nada melhor que transportar o corpo até ao ponto máximo da exaustão física…
Linkin Park e Pearl Jam. Foi, pura e simplesmente, memorável!
Dei folga ao corpinho no sábado [pelo meio ainda houve tempo para uma aula de iniciação à vela, ah pois é…] e regressei ao festival no domingo, para dançar ao som dos Da Weasel.
Foi um fim-de-semana em grande, sempre rodeada de gente divertida e bem disposta (a r., a c. e a a. marcaram presença, pois claro [MALUCAS]), mesmo, mesmo ao meu jeitinho!
Uma vez que os Da Weasel não atenderam ao meu disco pedido e não tocaram a minha música favorita, o pensamento do dia vai para uma dos Linkin Park de que gosto muito, muito.
Basicamente sobre quão extenuante pode ser viver na urgência de corresponder às expectativas que achamos que alguém criou relativamente a nós.
Daí que “all I want to do is be more like me and be less like you”.
«I'm tired of being what you want me to be
Feeling so faithless
Lost under the surface
I don't know what you're expecting of me
Put under the pressure
Of walking in your shoes
Caught in the undertow, just caught in the undertow
Every step that I take is another mistake to you
Caught in the undertow, just caught in the undertow
I've
Become so numb
I can't feel you there
Become so tired
So much more aware
I'm becoming this
All I want to do
Is be more like me
And be less like you
Can't you see that you're smothering me
Holding too tightly
Afraid to lose control
Cause everything that you thought I would be
Has fallen apart right in front of you
Caught in the undertow, just caught in the undertow
Every step that I take is another mistake to you
Caught in the undertow, just caught in the undertow
And every second I waste is more than I can take
I've
Become so numb
I can't feel you there
Become so tired
So much more aware
I'm becoming this
All I want to do
Is be more like me
And be less like you
And I know
I may end up failing too
But I know
You were just like me
With someone disappointed in you
I've
Become so numb
I can't feel you there
Become so tired
So much more aware
I'm becoming this
All I want to do
Is be more like me
And be less like you
I've
Become so numb
I can’t feel you there
I'm tired of being what you want me to be
I've
Become so numb
I can’t feel you there
I'm tired of being what you want me to be»
Linkin Park, Numb
terça-feira, 5 de junho de 2007
Festa, festa
1) a a. e o seu mais que tudo g. rumaram hoje a casa, deixando para trás a maternidade do são franciso. the adventure, dear friend, starts today... ;)
2) no dia 1 de Junho o meu amigo d. foi pai, pela segunda vez. Um mano, para fazer companhia à j. Duarte, é o nome do ratinho chorão. :)
3) estou cheia de trabalho, graças a Deus!
4) dia 7 é dia de festa. E a menina vai estar janota, ai vai, vai...
5) o Oeiras Alive começa na sexta-feira e eu, se Deus quiser, vou lá estar a bombar! :)
6) a Primavera instalou-se, para gáudio de toda a malta, que assim anda muito mais bem disposta!
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Baby-boom
Parece que foi por volta das oito da manhã. Os pormenores são, por enquanto, poucos, mas à hora da visita lá estaremos, para dar um beijinho à mamã e para ver, finalmente, a carinha do nosso mais novo 'sobrinho'. Bem-vindo, Guilherme! :)
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Let's party!
Não é fácil porque as notícias em geral são más notícias, não porque eu não tenha facilidade em espernear de alegria.
Esta semana houve, contudo, uma que teve esse efeito em mim.
A de que a digressão mundial dos Police vai passar por Portugal.
Quero!
É em Setembro, no Jamor, e vou começar, desde já, a afinar a voz!
Para aquecer as cordas vocais, conto estar presente nos três dias de Oeiras Alive. E já só falta uma semaninha. Eheh
Claro que em Algés vou voltar a sentir-me um fóssil, à semelhança do que aconteceu, aliás, na Semana Académica, quando lá fui ver os Oioai e os Xutos… Não, pensando melhor, na Semana Académica não me senti um fóssil, senti-me um dinossáurio!
A minha esperança é que no concerto dos Police possa voltar a sentir-me uma miúda!
Mas em relação ao Alive.
Estava aqui a passar os olhos por uma coisinha que se chama Festival Guidelines e isto despertou em mim saudades de uma série de fases distintas da minha vida.
Os Pearl Jam. Os Pearl Jam remetem-me imediatamente para os tempos do liceu, da associação de estudantes, das férias de Verão que NUNCA mais acabavam, da praia, dos amigos, eu sei lá!
Só coisas boas, portanto.
Os Smashing Pumpkins. Bem, os Smashing Pumpkins foram-me apresentados pelo meu amigo a.p.n., na faculdade… Se não me falha a memória, ouvi-os pela primeira vez no anfiteatro 1 do edifício velho, saídos directamente dos phones do walkman do meu amigo. Falar em walkman também é uma coisa claramente pré-histórica, mas TUDO BEM!
Lembro-me de estarmos p’ráli sentados, entre duas aulas, uns na primeira fila logo a seguir ao corredor, e outros na fila de trás, e de o a. me ter emprestado os tais phones para ouvir um bocadinho de uma das músicas.
Ele gostava. Será que o meu amigo a.p.n. também vai estar no Alive?...
Isto aconteceu numa altura da minha vida em que eu ouvia Green Day e Bob Marley como se não houvesse amanhã… e usava penas no cabelo… ai, Cristo!
Mais coisas boas.
O cartaz ainda inclui uma série de bandas novas, que me habituei a ouvir na Antena 3, e que estou curiosa para ver ao vivo, incluindo, claro, os Da Weasel.
[só para que fique claro, gosto imenso dos ‘Dialectos da Ternura’, mas a minha favorita da ‘doninha’ é ‘Nunca me Deixes’, aquela que vai assim “nunca me deixes, preciso de ti, o amor é uma loucura e tu precisas de mim, em qualquer altura em qualquer lugar, sinto a tua presença até no meu olhar”]
Acredito, no entanto, que a coisa vai valer a pena sobretudo pela festa e pela presença garantida de muita gente amiga. Muito fixe.
E todos em coro vamos poder cantar, com os Beastie Boys, “you’ve gotta fight, for your right, to PARTY!”
Uma notinha: amigos do meu coração, eu gosto muito de vocês e adoro que comentem os meus posts todos os dias, a um ritmo de 50 comentários por dia, se possível.
Mas, por favor, mesmo que comentem como ‘anónimos’, se querem que eu vos identifique por favor assinem com uma inicialzinha ou assim…
É que eu sou, como sabem, muito fraquinha da cabeça, tenho para aí meio neurónio a funcionar como deve ser e se os amigos e amigas não facilitam, eu, pobrezinha, baralho-me toda… A não ser que a vossa intenção seja precisamente baralhar-me… seus malandros...
terça-feira, 29 de maio de 2007
Rir (parte II)
O problema dos meninos é que têm muita dificuldade em dizer que um homem é ‘giro’. Pensando bem, acho que nunca ouvi um homem dizer de outro que é ‘giro’… até podem apreciar, podem tecer comentários, mas utilizam outro tipo de expressões, enquanto nós, miúdas, nos sentimos perfeitamente à vontade para dizer que outra miúda é ‘gira’, tem ‘estilo’, tem ‘pinta’, é ‘bem feita’ ou, até, que é como um helicóptero, «gira e boa». LOL.
E depois é recorrente fazerem pouco dos homens aos quais as amigas acham piada… «ah, e tal, até eu, que sou muito macho, sei ver que esse tipo é asqueroso». Isto é tão típico, mas tão típico!
Será que falta perceber, aos meninos, que o facto de acharmos graça a outros homens não significa que não valorizemos o imenso charme dos nossos amigos ou, mesmo, dos nossos maridos?...
E porque é que os amigos homens se sentem tão à vontade para falar com as amigas sobre outras mulheres, para gabar outras mulheres, sabendo que nós temos uma opinião a dar e não nos abstemos de a partilhar, e nós, miúdas, não podemos falar com os amigos homens sobre outros homens, aqueles a quem achamos piada?
Será que não existe um homem, um só, no mundo todo, que os amigos achem que tem pinta? Ou só não o assumem, em voz alta, como nós fazemos? That’s the question…
Rir
O que é que tem, hã?!?
Em relação à Joana Amaral Dias e à Ana Drago não se vos oferece dizer nada, pois não?!?
Disse, e mantenho, o Nuno Melo tem pinta. Pronto, é do CDS, mas eu estava a referir-me apenas à forma, não ao conteúdo!...
Até admito que há deputados com mais pinta… Um, pelo menos, mas é amiguinho e até me ficava mal citá-lo apenas considerando a forma. É que lhe reconheço outras qualidades (humanas) e muito conteúdo.
Um destes dias dedico um post aos jornalistas com mais pinta e então quando isso acontecer não vou ser tão imparcial…
ps – ainda em relação ao ministro, tinha-me esquecido de um pormenor. ‘JaMais’ (pronuncia-se ‘jaMè’). Está esclarecido. Não tem que agradecer. N’a pas de quoi.
O curso de engenharia do senhor ministro não incluiu a cadeira de francês técnico, pois não?...
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Forma e conteúdo
Pronto, eu gosto do primeiro-ministro. Gosto, o que é que eu posso fazer. A gente não escolhe estas coisas.
O primeiro-ministro escolhe bem as palavras. Fala pausadamente e com calma, explica-se com clareza, pensa antes de abrir a boca.
Deve ter aprendido, a agir assim. Ensinaram-no e ele aprendeu.
Agora os ministros. Isso é outra conversa, literalmente.
Alguém devia explicar-lhes, mas como se eles fossem muito burros, que não podem dizer, publicamente, e muito menos com jornalistas e câmaras de televisão presentes, todos os impropérios que lhes vêm à cabeça.
Estas declarações a propósito do aeroporto. Eu, que não sou engenheira, não faço a mínima ideia sobre se a Ota é ou não a melhor localização para construir um novo aeroporto.
Faz-me um bocado de confusão imaginar que vou demorar mais de vinte minutos a chegar ao aeroporto, tal como acontece agora (fora da hora de ponta, claro), mas a gente habitua-se e ao ritmo de uma viagem ao estrangeiro por ano, enfim, não é por aí…
Quanto ao restante, sinceramente, estou-me perfeitamente a borrifar se o aeroporto é construído na Ota ou em Rio Frio ou em Alguidares de Baixo.
Desde que não deitem árvores a baixo, não matem animaizinhos e não tirem o sossego às pessoas, por mim, tudo bem.
Mas em relação ao que me trouxe. As intenções do ministro podem ser as melhores. Ele lá deve ter as suas razões para considerar que a margem sul do Tejo não é uma opção a considerar relativamente à localização do novo aeroporto.
Agora os argumentos que invocou esses é que, por favor… Eu não conheço a Ota, mas quem ouve o ministro falar fica com a ideia de que aquilo será uma metrópole tipo Nova Iorque… por oposição à margem sul, o tal ‘deserto’ de gente e de infra-estruturas.
E depois a metáfora do ‘problemazinho’… socorro, o que é que lhe passou pela cabeça?!? Uma enorme corrente de ar, certamente…
Já a história da inscrição na ordem dos engenheiros não lhe tinha saído muito bem, mesmo que já o tenha ouvido a explicar que se estava a dirigir ao bastonário da ordem, que estava sentado na primeira fila, e que o que ele queria dizer era que é, de facto, engenheiro de profissão, “já fiz projectos”, ouvi-o a dizer na SIC Notícias.
Gaffes todos cometemos e gaffes de políticos também não são propriamente novidade. Acho que há uma geração de políticos que já percebeu que, na comunicação hoje em dia, a forma é muitas vezes tanto ou mais importante que o conteúdo.
Se isto é mau? Talvez seja, mas é um facto.
Ainda outro dia estava a ler, numa revista, um artigo sobre o estilo CDS/PP inaugurado no recente congresso do partido. Camisa aberta, revelando um pouco do peito [estou a falar dos homens…], calças bege, sapatos vela. Um artigo dedicado a este tema, atenção. Tudo bem que o congresso não foi propriamente excitante e também já escrevi aqui uma vez sobre o maravilhoso universo dos congressos partidários, que servem mais de montra do que de palco para o debate político. Mas um artigo dedicado à indumentária de Paulo Portas y sus amigos, isto é bárbaro!
E não é a primeira vez que isto acontece. E se acontece é porque, de facto, a forma conta muito, e conta cada vez mais, nestas coisas da política.
Lembro-me de as deputadas do Bloco de Esquerda Ana Drago e Joana Amaral Dias serem muito faladas na imprensa única e exclusivamente por causa do seu aspecto físico. E a Teresa Caeiro, também é muito apontada por ser uma mulher interessante e com estilo… mais por isso do que pelas ideias que defende.
Ora, se o ministro das Obras Públicas não é propriamente uma estampa devia, pelo menos, cuidar de forma como expõe os seus argumentos [é que se ele tivesse a pinta do Nuno Melo a malta ainda podia distrair-se e dar-lhe o desconto].