terça-feira, 26 de setembro de 2006

As pessoas do passado

No sábado fui a um casamento. Isto foi bastante positivo. Por diversas razões.
Foi, antes de mais, positivo para os noivos. Porque casaram e estavam muito felizes. Vão ser muito felizes, assim o espero.
Também foi positivo para os pais, para a família e para os amigos, que partilharam (partilhámos) com eles aquele momento.
Mas foi (e agora vou ser muito egoísta) muito positivo também para mim.
Vejamos. Reencontrei amigos que há anos não via. Mais positivo que isto é difícil.
Estava lá o g., que foi o namorado dos 18, dos 19 e dos 20, coincidindo com a altura em que estava a tirar o curso. Fase muito importante da minha vida, já se vê.
Estava lá com a v., que está grávida. Também eles têm casamento marcado, para o ano que vem.
Somos todos muito mais crescidinhos, agora. Eu sou, ele também. E soube-me bem este reencontro.
Acho mal que os ex-namorados deixem de relacionar-se. Acho mesmo muito mal. Irónico, como é que pessoas que num momento são tão importantes nas nossas vidas, pessoas com as quais partilhamos tudo, até a nossa intimidade, de um dia para o outro deixam, pura e simplesmente, de ter lugar. Deixam de caber, como se outras pudessem ocupar o seu espaço...
As outras, as pessoas que vêm depois, só ocupam o espaço que ficou vazio durante algum tempo. Depois, com jeitinho, todos se acomodam.
No meu coração, estão acomodados. E o g. tem o seu lugar cativo. Ainda que tenham passado dez anos. Hão-de passar 20, 30 e, se Deus quiser, vai continuar a morar cá.
Aproveitámos para pôr a conversa em dia. E como são diferentes as conversas aos 30... Como é totalmente diferente aquilo que nos move, aquilo que nos toca, aquilo que sentimos. E ele prestes a ser pai...
Tivémos uma conversa franca. Franca como talvez não fossem as conversas que tínhamos naquele tempo. Tínhamos 18 anos (já disse, certo?). Sem medir as palavras, sem segredos, sem convenções, sem premeditação.
Sabe bem, ter um pretérito. Ter um passado. É bom. E são (quase todas) boas as pessoas que fazem parte do meu passado. Tive sorte, se calhar. Tenho sorte. Porque as pessoas do passado ainda podem ser as do meu presente.

4 comentários:

Totoia disse...

Eu sei que não devia dizer isto mas há algumas pessoas do meu passado que dispensava...

nica disse...

Em relação a essas, das duas uma. Ou serviram para que aprendessemos alguma coisa e valem por isso. Ou não serviram para nada. E se assim é, mais vale esquecer. :)

Totoia disse...

Tenho das duas categorias.lol

nica disse...

Ter das duas categorias é bom. É sinal que se tem passado. E o que seria de nós sem o nosso passado, certo?

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