terça-feira, 24 de outubro de 2006

Salero

Em relação às sondagens feitas em Portugal e em Espanha sobre uma hipotética união dos dois países... Parece, então, que quase metade dos espanhóis inquiridos não se importavam nada pôr as "manitas" em cima de nós (salvo seja...).
Claro que a maioria defende que o "novo" país deveria continuar a chamar-se Espanha. E na família real também ninguém toca.
Uma sondagem divulgada pelo "Sol" há umas semanas apontava, basicamente, no mesmo sentido, com 28% dos inquiridos portugueses a clamar "Espanha, possui-me!".
Das pessoas com quem falei a este respeito, mais ou menos a sério, todas aplaudem a ideia. Os motivos, os dos costume, salários equiparados aos espanhóis, nível de vida, IVA, blá, blá, blá, blá...
Eu, pessoalmente, adoro Espanha. Pelo-me por uma ida a Badajoz (sou mesmo povo!). Gosto da comida, gosto de tapas, gosto de ir comer ao Lizarran, gosto de cañas, gosto do bom astral, gosto do Filipe e da Letizia, GOSTO!
O que não podemos esquecer é que sermos "anexados" por Espanha não faria de nós espanhóis, pura e simplesmente. Ser espanhol é uma coisa, ser português é outra.
Sermos "engolidos" por Espanha não faria com que, de repente, no final de um dia de trabalho, passássemos a ir passear com os nossos filhos para o jardim, até às tantas, sem preocupações de horários. Não faria com que saíssemos dos empregos e fossemos todos beber umas e outras com os amigos. Não significava que passávamos a saber fazer "boquerones" em vinagre. Não faria com que passássemos a dominar a arte do "bater castanholas". Não nos tornaria mais descontraídos ou mais alegres.
Porque a diferença não está no nome que se dá ao país. A diferença, neste caso, está, como toda a gente bem sabe, no "salero"... e esse, ou se tem, ou, como é o nosso caso, não se tem...

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